Gaslight Anthem–Bélgica 2024

Meu pré-aniversário de 40 anos começou com o show do Gaslight Anthem em Bruxelas. O show rolou dia 14 de março no (bonito para caralho) Ancienne Belgique bem no centro da capital e que estava esgotado umas duas semanas antes do show. Cheguei antes das portas abrirem e a idade média da galera ao redor era quase a minha (se não era maior) – o que dava a dimensão que o público do Gaslight envelheceu (e isso nem sempre é bom) e que tudo ia ser meio “tranquilo” do ponto de vista de pulos, empurrões e afins… Acho que os belgas são mais tranquilos de maneira geral para essas loucuras numa quinta-feira a noite…

O Ancienne Belgique é até que grande, mas a parte do show mesmo tem uma parada BEM interessante que são dois andares de “plateia” (ou mezanino) que circulam a pista e uns bancos tipo de cinema na parte do fundo. Ao menos para o Gaslight era tudo liberado e você poderia escolher o lugar que mais te agradasse. Sim, já tenho quase 40 anos, o ciático não é o mesmo e as “mini-férias” estavam apenas começando. Então me dirigi ao mezanino do lado direito do palco e fiz minha “posição” ali. A parte ruim era que não ia conseguir tomar nada de cerveja, mas eu já tinha feito um bom estoque na manhã/tarde então estava satisfeito por isso…

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Emily Wolfe começa seu show de abertura e mostra suas canções que a mim pouco disseram e mostraram. Tentei ouvir uns dias antes, mas nada me chamou a atenção. Ao vivo algumas coisas foram interessantes, mas nada absurdo. Tava claro que os 45 minutos de set tavam de bom tamanho. No final ela mesmo já estava satisfeita pelo show…

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O show do Gaslight começa as 20h25, 5 minutos antes do previsto, mas que Positive Charge já brinda os ouvidos do lotado Ancienne Belgique. A pista completamente abarrotada e cada vez que eu via que a galera estava ali, sem um pulo, sem uma roda ou qualquer coisa “movimentada”, eu agradecia em silêncio, porque estar ali brigando por espaço seria bem complicado.

Gaslight optou por um show redondo e técnico. O som estava excelente e Brian, talvez cansado, talvez já velho ou os dois juntos, optou por cantar suas músicas e deixou de lado o seu jeito stand-up comedy. O setlist da turnê mescla todos os álbuns e é difícil ter na sequência duas músicas do mesmo disco. Algumas mudanças de cidade para cidade, dependendo do humor da banda, mas 90% é igual em tudo. No show da Bélgica, duas diferenças (1 boa e 1 ruim na minha opinião) – Biloxi Parish entrou no início do show, deixando de lado History Books, maaaaas Howl voltou ao setlist depois de mais de uma semana de fora e explodiu pela primeira vez o Ancienne Belgique e emocionou o carequinha que estava no mezanino. Howl é uma das músicas mais fodas já feitas por eles e eu nunca tinha visto ao vivo. A emoção foi grande e ali, praticamente no meio do show, todo o esforço, dinheiro e afins já fizeram valer a pena…

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Emily Wolfe voltou ao palco para duas músicas – The Weatherman e Blue Jeans (que foi pedida por uma mina na grade que entregou um papel com um jeans e uma camiseta branca desenhada) – A piada do show foi o Brian pegando o papel e falando “A gente fala a mesma língua ou eu preciso traduzir o que ela quer escutar?” … E a versão dos dois cantando ficou realmente forte e impactante. Tanto é que nos shows seguintes da turnê eles tocam todos os dias… Ponto para a mina que fez isso acontecer!

Como disse acima, o show foi centrado em técnica e potência. Guitarras impecáveis e banda afinada e no timing (as vezes até demais) certinho em todos os momentos. Great Expectations, The Patient Ferris Wheel, American Slang, 45 foram as mais berradas, mas claro que perderam para 59 o Ancienne finalmente se abriu em uma roda onde os senhores e senhoras de mais de 40 anos pulavam e celebravam aquele momento… Backseat veio encerrar a noite e a certeza que todos ali presenciaram uma banda que tem seus altos e baixos, mas que ainda sabe produzir pérolas e hinos que ecoaram e ecoarão por muitos anos ainda na vida daquela “velharada” no Ancienne Belgique.

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Depois do show fui dar uma volta pelo centro da capital da “Mãe Bélgica” para tentar baixar a adrenalina, mas foi totalmente inútil, Howl ainda me emocionava e eu parecia apenas mais um naquela cidade feliz pelo que tinha acontecido. Valeu Gaslight Anthem, até a próxima – porque eu sei que terá uma próxima!

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