Gaslight Anthem–Berlin 2022

Foram 7 anos oficialmente separados (com a ressalva de alguns meses em 2018 onde fizeram a turnê de comemoração dos 10 anos), mas 2022 fez o Gaslight Anthem voltar aos palcos!

O anúncio foi feito em março e eu nem pensei 2x para garantir meu ingresso logo no primeiro show da turnê. Berlin foi a parada e eu apenas sabia que dia 9 de agosto eu estaria novamente no Columbiahalle para presenciar a história sendo reiniciada. Falar de Gaslight é um pouco complexo, pois desde 2008 eles são a banda que eu mais escuto, mais admiro e que me fez iniciar a loucura de “viajar apenas para um festival que vai tocar banda X” (eles fizeram eu comprar o Rock Werchter 2011 apenas porque eles iam tocar… E o resto é história!). Mais do que músicas fodas, Gaslight virou tipo a minha vida. E sim, eles possuem músicas certas para cada momento da tua vida adulta (quase o The Cure, mas aqui não é justa a comparação). Sim, Gaslight não é aquela banda adolescente que fala sobre sonhos e desejos de uma vida perfeita. Gaslight fala das angústias, das derrotas, da solidão, dos “sonhos” que a gente sabe que não vão chegar, da súplica por uma diversão, da separação e de muitos outros temas que a gente vive ou viveu (e viverá) em nossos dias atuais.

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E isso é nítido pela galera a sua volta. Como Hot Water Music e The Cure, eu vou pro show sabendo que facilmente serei o “idade média” da coisa toda (diferente de quando você vai ver um Green Day e saberá que será o “tiozão da molecada”) e isso transforma tudo ao redor…

Pulando as bandas de abertura (porque Chris Ferran é muito chato e Betterov porque cantam em alemão e eu realmente não consegui definir NADA da banda), o Columbiahalle estava lotado (muito mais que quando fui no HWM em 2019) e ansioso para o retorno dos caras.

Have Mercy abriu o show de forma cadenciada e quase morrendo – mas é uma boa música para abrir a noite (a letra fala: “There were years in this room. Blind and shattered in the glass. Held it up to myself until I just couldn’t stand…”). Depois veio a introdução tranquila de “Great Expectations” e a galera começou a mostrar que a noite seria alta. Cada parte da música foi cantada por quase todo mundo e até a banda mostrou certa “surpresa” pelo volume surreal que vinha do público. No meio da roda, tinha um cara com o celular na mão fazendo uma “live” e berrou “AGORA ELES VOLTARAM” e por aí seguiu a noite.

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A receita do show é a mesma por anos. 4 ou 5 músicas na sequência, depois vem uma leve iteração com o público. Piadocas além (inclusive o Brian falou “essa parte falada faz parte de mim. O “blablabla” é sempre o mesmo, o que muda é a banda que está atrás de mim…” e arrancou risos de todo mundo. Sim, eu já critiquei a parte que ele mais fala do que canta, mas em doses homeopáticas como foram em Berlin é completamente necessário para que a galera também respire um pouco) e voltam as músicas. “Get Hurt” – o último CD deles de 2014, dominou o setlist, seguido por “Handwritten” (2012) que fizeram mais da metade do show. Mas teve ao menos 1 canção de cada CD e de cada parte da história que criaram até chegar ali – com um Columbiahalle lotado, quente e esperançoso por coisas novas e tão boas quanto.

Mesmo sendo o primeiro show em 7 anos, o Gaslight mostrou que ainda sabe fazer um puta show e demonstrou estarem felizes e com gana de retomar o posto que eles conquistaram, pelas palavras de Bruce “BOSS” Springsteen, de serem “a melhor banda de rock que apareceu desde os anos 90 no mundo”. E se você não conhece ainda, relaxa que dá tempo e você vai me agradecer.

Ahh… A “trinca de 4 músicas” finais foi simplesmente: Howl (TOP 3 deles na minha opinião), 1930, Backseat e 59 Sound. Ainda bem que meu joelho aguentou, porque era impossível ouvir tudo isso e ficar “tranquilo” sem pular e agradecer por estar ali…

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No outro dia, no aeroporto, encontro um cara com a mesma camiseta que eu e pergunto “E aí curtiu o show?” e a resposta dele foi: “Maravilhoso! Eu moro no Japão e quando soube que eles iriam voltar, não pensei 2x em comprar o ingresso para Berlin e estar aqui nesse dia. Valeu cada centavo e eu repetiria tudo tranquilamente…” rimos juntos da insanidade, mas ambos sabíamos que era verdade. Gaslight faz a gente cometer essas loucuras, mas compensa em cada música e cada momento que a gente vive por ali…

Eu não sei muita coisa do meu futuro, mas o o Brian lançou “Até o ano que vem…” e é a única coisa que eu tenho certeza que farei em 2023

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