2 de março de 2017 eu chegava em Coimbra/Portugal com 29 quilos de bagagem. 2 de março de 2022 – completo meu 5o ano de vida na Zuropa. Com um monte de mudanças, altos, baixos, novos endereços, novas cidades e totalmente distante do que eu imaginava como seriam meus primeiros 5 anos dessa “vida nova”…
Eu nunca imaginei passar por tudo que passei. Na verdade, o eu de 2017 não planejou tantas mudanças e tantas derrotas. Acho que é um mal mundial – por mais que a gente planeje as nossas vidas, nunca iremos ponderar tantas coisas negativas nessa caminhada e, por mais que a gente fale que nos preparamos, a realidade é sempre muito dura.
Nesses 5 anos eu morei em 4 cidades, 3 países e 8 endereços (por enquanto). Algumas dessas mudanças não foram planejadas, outras foram sonhadas que quando viraram a minha realidade, eu tirei o máximo proveito de cada uma delas. É o tal famoso ditado: Se a vida te der limões… Junta a vodca do armário e completa com uma coca para ficar tudo bem 🙂
Mas, essa simples retrospectiva não é para falar dos perrengues, mas para felicitar as mudanças, o progresso, o descobrimento, as batalhas e a simples certeza que estou vivo e progredindo cada dia mais.
Não sou louco de pedir mais 5 ou 10 anos por aqui. Afinal, eu aprendi que não se deve planejar muito loucamente algo e manter a expectativa em um nível controlável (tanto para o bem, quanto para o mal). Logo, eu deixo o vento chegar e o caminho ir clareando. A ideia é estar sempre em movimento e nunca parar e achar que está tudo bem. Daí sim, eu planejo meus próximos passos com o que for possível extrair daquele novo destino.
Quartos de Coimbra, primeiro e segundo em Dublin.
Quarto em Carcavelos e a sala do meu apto em Lisboa
Sala do apto em Barceloneta e a sala do meu “novo” lar.
Em Coimbra cheguei cheio de sonhos e vontades de explorar toda a Zuropa – mas acabei ficando apenas 85 dias. Fui para Dublin no desespero (e com o maior medo que senti na minha vida) e acabou sendo um dos melhores e mais importantes lugares que vivi. Ali aprendi a planejar com calma e esquecer todas as expectativas. Com calma e tranquilidade, decidi voltar para Portugal – agora Cascais e Lisboa, para fugir do frio de Dublin (tanto de clima, quanto de pessoas e relacionamentos que tive por ali) – Ainda que tenha sido uma fuga, foi totalmente proveitosa e pude relembrar do calor necessário do verão em minha vida. Com esse planejamento calculado, foi que mudei para Lisboa mantendo meu emprego e trabalhando remotamente (sendo inclusive eleito o funcionário do ano em 2019). Depois dali, com mais estabilidade (tanto financeira, como profissional), resolvi arriscar e vir para a “cidade dos meus sonhos”… Logo, Barcelona surgiu no horizonte.
Foi fácil? Jamais! Uma pandemia estourou, não consegui ficar na cidade, fiquei no Brasil por 3 meses e, quando muita gente estava enlouquecendo e achando que o mundo iria acabar, eu fui buscando as janelas abertas. Arrumei um emprego novo, mudei para um apto foda e fui vencendo os obstáculos normais de uma vida nova (novos amigos, nova rotina, novos problemas, novo idioma, etc.). 2 anos depois, voltei a morar sozinho e estou no processo de acostumar com a minha rotina de velho louco, mas que sempre me deixou muito feliz (leia-se acordar às 5h da manhã para ir na academia – inclusive de fds).
No quesito pessoal, creio que nem é necessário falar o quanto vivi nos últimos anos. Foram inúmeras viagens, enroscadas engraçadas, lugares fantásticos, novas descobertas, antigos reencontros, sonhos realizados e muito mais… Me perdi, me reencontrei, não lembro como cheguei em casa dezenas de vezes, outras eu simplesmente ignorei a cama e fiquei uma noite em claro remoendo um show e cantando refrões de músicas que nem sequer foram tocadas… bebi em lugares que nem deveria, enchi a cara com muita gente desconhecida não entendendo toda a conversa feita e fiz inúmeras amizades que me esqueci dos nomes no minuto seguinte…
E sim, ainda tem coisa para viver. Mais coisas para arriscar, perder e ganhar. Ainda tenho alguns anos de vida e quero mergulhar nessa sopa complexa de culturas, idiomas, convivências temporárias, mudanças e histórias para contar… Sempre fantasiei isso que vivo hoje e é engraçado como eu não cheguei perto de como realmente é.
E eu agradeço pelos 5 anos. Agradeço por tudo que passei. Agradeço por toda a oportunidade dada e agradeço mais ainda por estar vivo.
E é isso.
GLÓRIA A DEEEEEUUUUUUXXXXXXXX!!!!!!!!
Glória a Deus!