É até esquisito fazer uma retrospectiva em fevereiro. E por mais bizarro que possa ser, o ano está em uma velocidade surrealmente alta. Não temos nem 50 dias de 2020 e muita coisa já aconteceu.
Contrário a todo mundo que achou que janeiro nunca terminava, eu mal vi o mês passar. Tive minha volta do Brasil, uma semana em Lisboa, depois parti para uma semana em Dublin. Peguei uma gripe pior que a do Corona e até hoje, 15 dias depois, ainda estou tentando me recuperar disso.
Mas enfim, vamos rever 2019…
Quando 2019 começou eu fiz apenas um plano real: Não mudar de país. Pode parecer surreal, mas desde 2017, eu nunca voltava de férias para o mesmo país. Em 2017 comecei em Portugal (com a passagem do Brasil partindo de Lisboa) e mudei para Dublin. Em 2018 comecei em Dublin (com a passagem partindo de Dublin) e mudei para Lisboa. Ou seja, eu queria ir e vir do mesmo lugar. Era um desejo simples, mas que para mim significaria uma estabilidade.
E assim foi. Comecei e terminei no mesmo lugar e acho que essa estabilidade se materializou finalmente.
Não que 2019 foi estável em todos os momentos. Foi um ano complicado, com muita solidão (e não culpo ninguém além de mim mesmo por isso) e alguns deslizes mentais que custaram a sarar e se arrastaram por muitos meses.
Mas longe de ter sido um ano ruim. Fiquei 114 dias viajando (a trabalho ou a lazer) em 2019. Uma puta marca que eu gostei de ter colocado em prática. Tive muitas visitas de amigos, família e viagens sozinhas também para curtir meus shows insanos. De Frankfurt para ver o SIG, até Chicago para curtir o Riot Fest (numa insanidade de 5 dias totais, com 3 de festivais). França, Espanha, Alemanha, Itália, Portugal, UK e EUA foram os países/locais visitados em 2019. Cada uma com uma história ou propósito diferente, mas que acabaram sendo especiais na existência.
Em 2019 eu também sumi. Fiquei quase 3 semanas fora de celular, redes sociais e contato com o “mundo exterior”. Foi excelente. Dias que passei para tirar um monte de planos doidos do papel e realizar com uma produtividade surrealmente alta. Foi bom e com certeza irei repetir mais vezes. A sensação de paz vale muito a pena.
Em 2018 eu prometi ir em pelo menos dois festivais e cumpri. Além do já citado Riot Fest em Chicago, tivemos Slam Dunk em Leeds com seu palco Punk’n’Drublic insano, o NOS Alive aqui em Lisboa que me presenteou com “The Cure” no primeiro dia e “Smashing Pumpkins” no último dia (que nunca tinha vistoe que estava na lista de “Poderia rolar antes de morrer…”) – Todos festivais foram fodas e eu comentei todos por aqui. Ainda tive Brian Fallon com o Craig Finn em Dublin, numa noite que emocionou absurdo, tivemos Hot Water Music tocando o Caution inteiro em Berlim, Bad Religion voltando à Lisboa depois de não sei quantos anos… Enfim, 2019 em shows foi animal. O que me deixa pensando se posso pedir algo especial para 2020. Já tenho garantido o Brian Fallon em maio o Punk’n’Drublic 2020, ambos em Barcelona – fora o que pintar por aí…
2019 não foi cansativo, mas me rendeu muita coisa para pensar e mudar na vida. Aprendi (por mais dolorido que seja) que tirar alguém da sua vida é difícil, mas muitas vezes é o caminho certo a fazer. Aprendi a me calar para muita coisa. Aprendi a respeitar ainda mais o silêncio e aprendi que o “Glória a Deus” serve PARA TUDO e traz alegria e paz.
Por último, mas não menos importante, eu ganhei o “Customer Service Award” no trabalho – uma premiação para o melhor funcionário do ano. É até difícil falar sobre isso, porque ninguém tem ideia do que existe por trás desse pequeno aperto de mão de vidro. Existe uma vida toda. Existe abrir mão de muita coisa. Existem medos, angústias, incertezas, provas, meses mal dormidos, mais medo, mais insegurança… E de repente, eu tenho esse troféu que resume tudo isso e fala “Calma careca, valeu a pena… Você está indo bem…”. E receber o troféu em janeiro, com a empresa toda ali falando “Parabéns” me fez sorrir genuinamente e soltar todo o ar pesado que carregava. A estrada ainda é longa, mas existem os pequenos prêmios que iluminam e mostram que a gente não se perdeu e que por mais difícil que seja (e é, acredite), o caminho ainda é o certo.
2020, já começou no acelerador… Mas pode vir! Mudanças vão existir e que eu tenha toda a calma e toda a paz necessária para concluir todos meus planos.
GLORIA A DEUS!