1000 dias de Europa

Hora de tirar um pouco do pó das lembranças e enumerar tudo o que ocorreu… Hoje completo 1000 dias por aqui.

O foco daqui não é ficar chorando as derrotas, as desilusões vividas ou as dificuldades diárias por aqui. Nem criar a ilusão que tudo aqui é maravilhoso e sem problemas (tem uma tonelada de desocupado por aí que pode te iludir se for esse o teu objetivo).

Mas eu quero sim reviver um pouco do que rolou nesses 1000 dias. De Coimbra, Dublin, Lisboa e as dezenas de viagens feitas para reviver antigos locais, reencontrar amigos, conhecer novos locais e me fascinar cada vez mais pela melhor cidade do mundo (e foram 3 visitas em 1000 dias, pouco né? Precisamos melhorar esses números).

Coimbra_00Coimbra_01

Rever as (muitas) fotos tiradas (e eu desisti de colocar uma tonelada, porque a contagem estava em 76 fotos selecionadas) foi uma outra viagem e recordação das coisas que fiz desde março/2017 até os dias de hoje. De cidades, shows, comidas, sabores, descobertas e até piadas internas que acabei rindo sozinho e me sentindo cada vez mais vivo. Foi um excelente sentimento e com certeza estou totalmente grato pelas minhas escolhas e pelas coisas que acabei vivendo pelos lados de cá, nessa nova vida que acabei criando.

Como falei “nova vida” acima, teve o início né? Cheguei em Coimbra em 2 março de 2017. Caminhava todos os sábados para conhecer melhor aquela cidade que seria minha primeira aventura. Cheguei com um AirBNB reservado para 10 dias e depois acabei achando uma suíte que até hoje sinto falta. Era uma suíte com 2 ambientes e 28m quadrados (isso mesmo, vinte e oito metros quadrados). Com a melhor cozinha que uma pessoa poderia pedir na vida. Sinto uma saudade ABSURDA de lá…

Enfim, das caminhadas de sábado e dos locais visitados, surgiu a primeira (das muitas) viagens. No meu aniversário decidi comemorar (E beber) em Madrid reencontrar o Almy e ter a insanidade de sempre…

Em abril, teve a dolorosa e insana lesão no meu joelho e dois dias depois (e mancando ABSURDAMENTE) fui para Aveiro, Braga e Guimarães. Uma curiosidade bizarra: Foi nessa viagem que tomei o meu primeiro Gin na vida.

Por conta do trabalho ter sido cancelado (ou ser despedido, use o adjetivo que você quiser), acabei me mudando para Dublin no final de maio. Tive três endereços em Dublin no quase 1 ano e meio que morei lá. O meu primeiro quarto, que eu dividia a casa com mais 5 pessoas, era um absurdo de pequeno (lembre-se que eu tava em um de 28m) que eu não conseguia abrir a porta sem bater na cama – duas pessoas em pé não cabiam no quarto. Fiquei 4 meses lá e depois de umas mudanças impostas pelo dono da casa, resolvi sair e acabei encontrando o melhor lugar que morei na Europa até agora. Dividi a casa com dois italianos que se tornaram mais que “flatmates”, mas grandes e divertidos e cozinheiros amigos. E foi ali que fiquei mais de 1 ano…

BrayDublin_01

Dublin_LifestyleDunLaoghaire

Dublin foi uma montanha-russa em todos os sentidos. A parte irônica é que todas as fotos aqui são de dias ensolarados (E sim, eles são uma raridade). Estando por ali, visitei as cidades/praias próximas – Malahide, Bray, Dun Laoghaire. Além disso, fui conhecer Cork e Belfast.

Morar em Dublin foi bom por vários motivos… Por ser a cidade da Ryanair, a maioria dos voos baratos partem dali. E então tive uma overdose de viagens nesse 1 ano e meio que morei por ali. Estou com medo de esquecer das viagens, mas basicamente fui para Escócia, Inglaterra, França, Bélgica, Itália, Portugal e Espanha (se for listar as cidades, eu talvez esqueça) – e algumas dessas viagens eu paguei 20€ ida e volta no final de semana. Maravilhoso para quem gosta.

Depois de sofrer muito com chuva, frio, vento (e até neve), decidi mudar mais uma vez e Lisboa apareceu como uma boa opção para testar se a vida “remota” iria valer a pena. Me mudei para Cascais em 30 de julho de 2018. Tinha um AirBNB mais uma vez por 10 dias e depois de 3 dias eu já tinha encontrado um quarto em Carcavelos. Por questões bizarras e higiênicas, resolvi sair e achei meu apartamentozinho (detalhe para o diminutivo) em Lisboa. Onde estou desde outubro/2018.

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Apesar da facilidade em estar no “continente”, eu ainda não viajei muito de carro por aqui (cruzando países e rodando milhares de kms)… Mas, acabei conhecendo algumas partes de Portugal – fiz mais de Algarve, Serra da Estrela e região central, norte com Viana do Castelo e a região de Geres e algumas outras regiões próximas de Lisboa. E claro que as viagens “normais” não pararam por aí… Esse ano fiz Frankfurt, Bordeaux, Leeds, Roma, Florença, Chicago e Berlim (além das normalidades de Dublin e Reino Unido pelo trabalho).

Outra parte importante nesses 1000 dias (e que não poderiam ficar de fora dessa retrospectiva) foram os shows. Sempre importantes e desejados na minha vida, continuei levando o mantra de “olha onde o rock me levou” ao extremo e cada vez descobrindo novos horizontes nessas caminhadas. E por aqui vi (algumas mais de 1 vez, por sinal) Green Day, Rancid, Third Eye Blind, The Ataris, Hold Steady, Craig Finn, The Gaslight Anthem, Brian Fallon, Dave Hause, The Flatliners, Hot Water Music, The Cure, Smashing Pumpinks, Noel Gallagher, Counting Crows, Bad Religion e os festivais Hyde Park (Londres), Slam Dunk (Leeds), NOS Alive (Lisboa) e Riot Fest (Chicago).

E eu nessa parada toda? Fui vivendo! Nem sempre transbordando de uma alegria latente, mas sempre agradecendo e aproveitando os momentos na hora certa e da maneira mais justa e intensa que achei correto. Foram muitos erros, foram dezenas de derrotas, intermináveis noites sem dormir e alguns dias que eu chorei algo que eu nem sabia que poderia chorar. Mas, nos demais dias eu me senti vivo. Me senti desafiado e a cada mini vitória ou passo conquistado depois de um esforço tremendo, eu abria um sorriso de satisfação e agradecia, sempre, por ter a oportunidade e a força para viver tudo isso aqui.

Se quero mais 1000 dias? Opa! Ainda estou vivo e cheio de esperança para tal. Que venham mais 1000 e espero que a próxima listagem/recordação tenha inúmeras novidades e surpresas, pois é por essas pequenas coisas que minha vida se enche de vontade de continuar.

E parabéns para mim!

FamilyTimeRoma

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