Criei um hábito há alguns anos (creio que dois) de abrir todo dia de manhã o Facebook e ver o "Memórias", apenas para saber o que fiz naquele mesmo dia, anos antes. Também gosto de ver quantas pessoas existem ainda na minha vida ou já passaram e deixaram saudade (claro que algumas eu nem lembro onde conheci). É o ciclo da vida que "cria e afasta" pessoas do nada e isso fica realmente evidente quando se “exclui” as pessoas da sua lista (EU!).
Há mais ou menos um ano atrás (demorei a escrever aqui), estava ainda me acostumando a Dublin, sofrendo com o frio no verão e ainda cambaleando nas descobertas. Foi engraçado ver/acompanhar esse mix de sentimento, planejando minha nova mudança. Foi bom relembrar, mas como escrevi no Um Confessionário, eu me cansei de Dublin em algum momento e juro que não consigo me lembrar de quando. O novo ficou chato, o frio irritou e tudo que tinha de possibilidades eu vivi da melhor maneira, mas sem o ar artístico do "nossa, que fantástico".
O que me deixou pensando foi o cliché enorme do "Em um ano muita coisa muda" – porque muda para caralho! Em um ano eu não imaginava sair de Dublin, em um ano não passava pela minha cabeça voltar para Portugal, não imaginava estar na mesma empresa ou ter oferta para largar e ir para outra. Não imaginava ver os shows que vi e nem as loucuras feitas. E isso tudo rolou, às vezes mais de uma vez, em "apenas" um ano.
Por mais engraçado que possa parecer, a vida planeja algo (completamente?) diferente de nós – talvez por ela enxergar o nosso caminho com outros olhos. Dane-se seus planos, metas e mil planilhas com contas, targets e cores indicando os caminhos, quando a vida decide mudar, você precisa se adaptar e escolher o que é melhor. Existem escolhas certas, erradas ou até mesmo iguais. Existem lugares melhores, piores ou "tanto faz". Existem momentos bons, ruins ou iguais ao que se espera. O que faz valer a pena é o seu preparo com relação às possibilidades e mudanças que ela te propõe. Você pode ser acomodado e tentar diversas vezes a mesma situação ou você pode arriscar e ver o que dá (Claro que a responsabilidade também grita por aqui) – eu sou sempre o inconsequente da segunda opção, até porque eu nunca fui de ter raízes mesmo né? Então a vida chama, eu arrumo as malas e vou. Já me acostumei com isso e então planejo meu lado financeiro para o mínimo e depois guardo para "eventuais surpresas", para o impacto ser o menor possível. Até que é um plano bom viu?
E agora revivemos Portugal novamente, com Lisboa ao lado e Carcavelos como endereço fixo – até a próxima chamada…