Sou fã de Oasis. Acho que eu e mais a torcida do Flamengo. O problema é que os irmãos não gostam e aí eles brigaram e se separaram. Seguiram a vida e cada um segue aquele que acha melhor. Eu prefiro o Noel… O cara escreve pra caralho, foi o responsável por grandes obras e ganhou inúmeras vezes o prêmio de “Compositor do ano” – Não que o Liam seja ruim, mas Noel é melhor… E cá estamos para falar do show dele.
A turnê que passou por Dublin não chegou a ser Soldout, mas eu comprei o ingresso em setembro (quando abriram as vendas) e quase esqueci o show… Enfim, de setembro pra cá, Noel lançou (e fez essa turnê baseado quase que completo) o “Who Built the Moon?”. Confesso que não é o melhor CD para você ouvir e nem é fácil como os outros. Acabei broxando um pouco, mas fiz o esforço e fui para o bonito 3 Arena em Dublin conferir o que o Sir Noel estava fazendo.
A noite começou com uma apresentação da Baxter Dury – Algo mais psicodélico do que possa descrever. Um post rock com pitada gótica e muito (muito) LSD. Foi divertido e mesmo não tendo a galera fã, foi divertida e fez passar o tempo tranquilamente. Cuidado na audição, ok?
O setlist da turnê era estático. Nenhuma mudança. Nada. É quase um piloto automático e as coreografias se bobear são as mesmas. Mas, por incrível que pareça, “Who Built the Moon?” funciona ao vivo. Eles tocam todas as músicas (Fort Knox poderia muito bem ser playback para aquecer o show, mas eles tocam ela inteira) e a galera respondeu bem aos novos sons. Noel é um personagem criado, que faz jus ao seu temperamento. Caretas, xingamentos, “fucks” para umas 50 pessoas na plateia, piadas sem humor algum e várias (várias) ignoradas. Uma menina fazia aniversário no mesmo dia do show e carregava um cartaz pedindo alguma música “de presente”- ele olhou, perguntou o nome e falou “Parabéns. Não vou tocar essa música. Ela não está no set. Quem sabe num outro momento” e vida que segue… Noel.
Com as músicas novas aceitas, as mais conhecidas dessa nova fase também se fazem presente e alegram. Mas é óbvio que o ponto alto é Oasis – Little by Little, The Importance of Being Idle, Half the World Away, Wonderwall, Go Let it Out e Don’t Look Back in Anger, foram as escolhidas nessa turnê e foram berradas por todo mundo.
Vale a experiência, viver essa ironia/deboche/poser de Noel Gallagher na sua frente. Não é o melhor do Noel, mas ele ainda se põe como um bom show e um excelente artista. O show é coeso e muito bem organizado. Luzes, laser e um telão que acompanha o estilo das músicas completam o espetáculo – que é muito bom.
E eu, como todo mundo, ainda quer uma reunião do Oasis e uma nova turnê antes que seja tarde demais… Mas isso, os irmãos nem pensam ainda.