The Hold Steady em Londres…

Queria até tentar introduzir o porquê esse show era importante, mas acho que ninguém teria uma ideia do que representaria… Então, vamos para o básico: The Hold Steady era das bandas que eu tinha em uma lista marcada como “impossíveis de ver um dia”. Os shows eram sempre focados nos EUA e eu não tenho vontade de conhecer por lá, logo…
Mas a vida sempre prega surpresas e qual não foi minha alegria em ver o cartaz de 2 (e depois viraram 3) shows em Londres?! Comprei na pré-venda e por uma sorte do destino consegui ingresso apenas para 6a (o show do Brian já estava comprado) o que casou perfeito os dias e shows seguidos. Foi uma correria insana – o voo da ida atrasou, perdi o trem rápido, a mulher me falou para entrar em um trem na outra plataforma. Entrei, mas era um trem lento e que me deixaria em outra estação. Saltei na 2a possível e peguei 4 metros para chegar ao show e trocar o ingresso. Enfim, era para ter chego 18h, acabei chegando 19h20. Mas deu tudo certo. O Eletric Ballroom é bem bonito e grande. Lembra o Carioca Club (com uma parte de bar bem maior) e já estava cheio nesse horário. Quem abriu o show foi Scott Hutchison (da banda Frightened Rabbit) e a galera correspondeu bem e cantou várias músicas. Como não conhecia, fiquei acompanhando de boa, mas vale a pesquisa…

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21h05 sobe ao palco o sexteto (e, segundo Craig, a melhor formação do Hold Steady) com a música da Pantera Cor de Rosa de fundo. Uma saudação básica e Stuck Between Stations para fazer o Eletric Ballroom pular. E com 2 acordes a noite e o show estão ganhos. Não importa a música ou o álbum, o público fez algo que eu realmente não esperava: Pulou e berrou muito, como se fosse a coisa mais importante na vida (e talvez fosse mesmo). É absurdo como a banda reage e inflama ainda mais a galera toda. Mesmo nos momentos mais calmos e “parados” Craig ou Nikolay (um absurdo, por sinal ao vivo) inflamam com gestos, brincadeiras ou caretas. Se Craig não toca a guitarra em 80% do show, as mãos, braços, pedestal e microfone não param quieto. São histórias, piadas e confissões que embalam o show todo. A temperatura aumenta e, com toda a agitação do público, se fez um verão brasileiro no show. Fazia tempo que não suava o que suei ali…

Massive Nights

Não consigo destacar uma parte do show. Ele é inteiro bom e faz o tempo voar de uma maneira até inexplicável. 21 músicas se passam e quando a banda saiu foi que percebi que já haviam passado quase 2 horas de show… Craig retorna e explica que teve que parar de beber por problemas, mas arrisca poucos goles de gin (“até porque eu fiz um pacto com Deus só por 3 noites e ele deixou…”)… Citrus, Ask for her Adderall abrem o bis e Stay Positive vem em uma enxurrada absurda. Sou abraçado do nada por um tiozinho de 52 anos que me confessa “I’m just feeling good and young because I keep myself positive. Do the same kid!” e some do nada… Coisas de Hold Steady. Killer Parties encerra, como sempre, com chave de ouro algo que já estava ganho desde a compra do ingresso.

Intro–Killer Parties

Pessoalmente falando, Craig é o maior citador de verdades que existe atualmente do rock (ou indie rock, talvez?)… Ele mesmo deixa claro quando fala no show: “Escrevo porque todos nós nos apaixonamos, ficamos tristes, sonhamos e fazemos nossas cagadas… É algo universal.” – quando questionado se Hold Steady faria sucesso fora dos EUA porque todas as músicas retratam fatos/locais americanos. E sim, tudo é universal. Craig escreve como ninguém situações corriqueiras, festas absurdas, bebedeiras homéricas, relacionamentos bizarros e coisas cotidianas… Sempre curti as músicas, mas não tinha ideia de como era um show deles “cara a cara”. Passado essa alegria inicial, fico com apenas uma certeza: Você necessita ir num show deles. Não importa se não conhece as músicas. Apenas vá. Sinta a energia do público e banda, aprecie os “monólogos” de Craig e no final grite junto “THERE IS SO MUCH JOY IN WHAT WE DO UP HERE…”… E nunca esqueça o que o tiozinho me disse: Stay Positive.

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