Nunca fiz um balanço "durante" as férias. Sempre espero acabar, os dias acalmarem e as ideias descansarem. Mas com a Colômbia senti a necessidade de fazer um balanço durante minha viagem. Faço isso para que qualquer ponto não seja passado ou esquecido e todas as impressões sejam colocadas aqui.
Iniciando é importante falar que a Colômbia vale a pedida. Tanto Bogotá tem sua beleza guardada, como o mar do Caribe tem seu tesouro pronto a ser desfrutado e Cartagena tem seu mix de locais tão diferentes que se unem de uma maneira harmoniosa e muito interessante. Não existe aquele papo de "Não vale a pena". Nunca. Sair de férias, conhecer uma cultura diferente, lugares bem pitorescos e exóticos. Ainda mais estando "do nosso lado", sempre é algo que me fascina e me deixa entusiasmado em viver… Mas a Colômbia, como a Argentina, necessita de uma atenção maior e até uma preparação psicológica – o que deixa um pouco o lance de "pegar a mala e ir" como algo a ser pensado com mais carinho.
Abaixo cito alguns pontos que você encontra por aqui:
- A Colômbia é um lugar MUITO parecido com o Brasil. Isso é bom e ruim. As pessoas são abertas e até prontas para te ajudar no que você precisar, mas existe o ponto de ser "simpático" e querer ser malandro por você não conhecer a cidade. Exemplo: Não existe taxímetro. Em Bogotá existe um contador que vira uma tarifa, mas isso está subentendido no gosto do taxista. Uma mesma viagem de taxi pode custar 25000 COP até 300000 COP – Não importando muito o número de "controle"… Afinal, ele pode falar que é feriado, domingo, horário do rush, horário espiritual e você precisa pagar para ir embora… Passamos por um "roubo" ao ir para Zipaquirá: A passagem de ida custou 18000 COP e a de volta 9000 COP – OU seja, fomos cobrados o dobro na ida, por pura "vontade" do cara – afinal não existia uma placa com a tarifa e perguntar também não adiantou.
- Eu tenho um sério problema quando vejo uma loja sem preço nos produtos. Não sou consumista, não fico de olho em preços e nada mais… Mas eu não SUPORTO entrar numa loja e ficar perguntando quanto custa tal e tal coisa. Eu gosto de olhar, ver o preço e ficar "comparando" as coisas para ver o que compensa comprar mais. Aqui na Colômbia é praticamente IMPOSSÍVEL você ter preços nas mercadorias. Eu me sinto meio que enganado, porque se o preço não está ali para TODO MUNDO VER, o que me garante que o preço praticado é o mesmo pra mim ou para o "local" ao meu lado?
- Aqui a estrutura turística ainda é MUITO precária. Em Bogotá, por ser uma cidade grande, as coisas funcionam de uma maneira mais tranquila. Mas usar os serviços públicos para se locomover na cidade é um parto e as ajudas dadas são praticamente nulas. San Andrés beira o revoltante com o amadorismo: a cidade é 100% turismo e eles não investem em algo mais estruturado. O atendimento em restaurantes é ridículo. O suporte aos passeios você pode chamar de "rústico", mas eu chamo de largado. Os locais de café abrem 10h da manhã e te servem pouquíssimas opções… Falta um "abraço" mais globalizado na cidade para que todos se sintam bem. Cartagena está no meio termo, mas ainda assim todo o suporte é praticamente inexistente e os passeios também são "largados" e sem uma estrutura definida. Sem contar que Cartagena, respirou diferente paga uma tarifa. Além de ter o lance de preços diferentes para colombianos e estrangeiros…
- Esqueça um pouco o inglês. Aqui é espanhol e fim. No máximo um "Hello! How Are you?" em lugares mais "modernos", aeroportos ou no seu hotel… Se ouvir algo em inglês é dos outros turistas. Cartagena é um pouco mais inglês, mas o mais básico que se possa esperar.
- Se você tem problemas sérios com trânsito ou motoristas "insanos", procure outro lugar para passar suas férias. Definitivamente a Colômbia tem um trânsito absurdo. Não vimos nenhuma batida grave, mas taxis costurando, pedestres quase atropelados, buzinas como apelido, freadas bruscas e carros passando pela calçada para "seguir caminho", foram visões normais… Vale ressaltar novamente as buzinas. Eles buzinam muito. E sempre. Todo o momento. Por qualquer coisa.
- Mais em Cartagena do que nos outros lugares, mas existe MUITO ambulante. MUITO! Algo que beira o infinito. Isso acaba cansando pela persistência e pelo fato deles acharem que você muda de opinião em 1 minuto – ele vai te oferecer, você vai recusar e um minuto depois ele volta a te oferecer a mesma coisa. Mesma. Chato. Pra caralho.
- Outro ponto bem parecido com o Brasil: As pessoas são folgadas. Sabe aquela cena frequente que a pessoa tem 10 malas, 4 mochilas e anda pelo meio do corredor – como se fosse a dona dele, e resolve ver uma vitrine e impede TODOS de passarem? Sabe né? Pois é, visão comum aqui… Além de elas acharem que por estarem de férias (ou em um local de veraneio) o ritmo delas tem de ser o dos outros ao redor. Então quase sempre atrasam para os passeios. A galera responsável pelos tours, como no Brasil, já estão acostumados e levam esse atraso como normal, ferrando assim quem está querendo aproveitar tudo de uma maneira mais “normal” ou “pontual”.
Passados os 12 dias de viagem, as cenas se repetiram ou nos acostumamos com ela. Afinal, não dá para se irritar durante todo o tempo. Como falei antes, a viagem vale a pedida e o que você precisa é curtir e relevar alguns pontos que te chateiem. É só umas dicas para você se preparar melhor ao ir para a Colômbia e não achar que está em um país mais estruturado e preparado para o seu turismo, seja qual estilo for…