A chegada em Bogotá foi com uma ressaca monstra da final do Palmeiras e uma preguiça do tamanho do universo. Chegamos no hotel próximo das 15h, depois de enfrentar um trânsito quase paulistano para sair do aeroporto. Tivemos que pegar um taxi, por não ter ideia de como sair de lá e para minha surpresa, mesmo com o trânsito surreal, o taxi saiu 30000 COP (pouco menos de R$42), então o susto e o medo de acabar o dinheiro logo nos primeiros momentos, foi por água abaixo.
O hotel é BEM bacana… Grande, com cozinha toda equipada e um banheiro retardado de grande. Estamos na Zona Rosa, 3 quadras do Parque de La 93 (leia-se uma praça com vários bares, restaurantes e afins) e a zona aqui é absurdamente rica e bonita. Prédios novos e imponentes e a galera andando arrumada e com ar de "riqueza" hahahahahha… E dois caras de bermuda, all star e afins, andando pra lá e pra cá no meio dessa galera. Turista, bom dia!
Voltando ao dia de ontem, o programa foi almojantar aqui próximo (Arroz Marinheiro com uma cerveja mexicana boa) e no mesmo instante que a comida desceu, o cansaço se apoderou do corpo. Voltamos ao hotel e eram 19h30 (22h30 no Brasil) e dormimos até às 6h30 de hoje. Zero bala e sem um pingo de ressaca…
Partimos para a parte central histórica de Bogotá e o plano era completar essa parte hoje. Custasse o que custasse… A aventura foi logo ignorar os caras do hotel falando que deveríamos pegar um taxi e fomos de "TransMilenio" (igual aquelas linhas de "tubo" que tem em Curitiba). Eram 8h da manhã, o busão extremamente lotado e a porta fechou no Sumaré que empurrou ele pra dentro… Descemos próximo do centro histórico e a garoa nos acompanhou por todo o trajeto até encontrar o Museo do Oro. Bem bacana o museu todo, mostra os primeiros artefatos, as regiões, os significados e a simbologia utilizada pelos povos antigos, as oferendas e afins… BEM bacana. Por R$4 (3000 COP), é uma parada obrigatória em Bogotá. De 10 blogs que li daqui, 15 falaram do Museu… E eu falo também. Vale a pena!
Dali, partimos para uma volta até a Plaza Bolitar, com a catedral (fechada) e outros prédios de governo… Até o Museu de Botero. Com entrada gratuita, tem várias obras de Fernando Botero (aquele que toda a sua obra é com coisas gordas – as mulheres são gordas, os caras são gordos, as esculturas são gordas, as frutas são gordas… TUDO GORDO!) e que também tem obras de Picasso, Salvador Dali e alguns outros artistas do mundo… Divertido e que faz passar o tempo.
Do Museu de Botero, fomos para o Cerro de Monserrate e sua subida até os 3200m de altitude (Bogotá está a 2600m)… De lá a vista de Bogotá e sua grandiosidade impressiona, mas devido ao tempo chuvoso e a neblina, as fotos não ficaram boas – uma pena. O frio (e os turistas aqui de bermuda) estava castigando e a fome se apoderando do mundo (eram 13h). Fomos então tentar encontrar um restaurante no centrão de Bogotá. Sabe Murphy? Olhamos umas 20 ruas e só apareceu restaurante que dava medo…
Até acharmos um meio colombiano style, simplão e bruto… Resolvemos entrar e pedimos a comida. O sotaque daqui me faz me sentir um merda. Eu não entendo quase nada do que a galera fala (eles falam rápido pra caralho, quando falo que não entendo, eles repetem mais devagar e ajuda um pouco. Um pouco só.). Do nada a mulher falou algo de sopa e fruta, eu falei "Sim" e falei pro Sumaré "Caralho, fiz merda! Pedi sopa eu acho…" – Eles tomam uma sopa tipo uma canja com milho e uns pedaços inteiros de frango. Segurei a respiração e reparei que a mulher veio com 2 potes de frutas (!!!!!) para a entrada. Mamão e melancia. Separamos para a sobremesa e de principal, pedi uma carne assada e o Sumaré foi no "Pollo Sudado" – Leia-se 1/4 de frango, meio ensopado com um molho tipo mostarda. Tava boa a comida. Simples e justa. O suco era grátis (Manga ou Limonada). Pedi a limonada seco que seria algo dos deuses e eles… PÕE MEL PARA ADOÇAR A LIMONADA! PORRA! Broxante… O cardápio do povão aqui 8000 COP (R$10) – no fim ainda rolou um arroz doce X de sobremesa. Aí viramos a rua para ir embora e vimos uma rua com uns 30 restaurantes, um melhor que o outro e com uma aparência bem melhor… hahahahahhahahaha
Fim das pernas, da energia e a volta de TransMilenio para o hotel foi feita por outro percurso, outra aventura e outra noção de que sim, o que vale é se perder, pegar busão, passar aperto de não saber onde está, pedir algo que você não tem ideia do que é e seguir o rumo que a tua vontade disser para seguir… Afinal, férias que der tudo certinho e programado, não são férias – são roteiros pré-programados e sem vida. E tenho dito.
Amanhã, Catedral de Sal (indo de busão – sem roteiro e sem pacote fechado).