Por 3 anos e pouco eu vivi o mundo dos bares, botecos e afins, por conta do Gole & Gula. Um tempo que foi totalmente prazeroso e me mostrou que esses lugares são extensões da minha casa. Aquele lugar que você se sente bem, sempre com amigos, sempre se divertindo e muitas vezes encontrando pérolas maravilhosas desconhecidas até então da sua vida… Para mim, isto foi a parte mais prazerosa em desbravar lugares desconhecidos e escrever tudo isso para outros tantos desconhecidos lerem e terem uma opinião concreta sobre o local. Essa era a mágica que eu perseguia pelo Gole & Gula…
Claro que esses 3 anos não foram só maravilhas né? Seria imbecilidade falar que todos os lugares foram maravilhosos e perfeitos (apesar de ter sites por aí que falam de tantas coisas boas que é impossível você ir e encontrar uma delas, mas enfim…). Não! Longe disso… Muitos locais eu não voltaria (e nem voltei), muitos caíram no esquecimento e tantos outros foram legais para apenas uma vez. Mas com outros tantos, rolou aquela empatia. Aquele sentimento bom que você sente quando chega em casa, aquele conforto único e pronto: o bar/boteco acaba ficando no hall dos que são extensão da sua própria casa. Ele vira seu "quintal", onde reúne os melhores amigos para saborear tantas coisas boas e quando tem que ir embora, diz "Até logo" e não "Adeus"…
E isso é bom, mas também tem a parte ruim. Aquilo acaba virando um pedaço da sua vida e qualquer coisa que mude, acaba afetando você de uma forma ou de outra. E eu tenho um problema grande quando algo acontece e eu não consigo ajudar, ou até que eu não tenha nada a fazer… É um sentimento estranho, mas é um sentimento ruim.
E isso eu senti na última semana quando soube que o SantaCerva iria fechar. Não sei se eu consegui mascarar minha frustração, mas meu chão se perdeu… O SantaCerva não é um simples bar. Ele era o bar que eu ia todas as vezes que ia para Santos. Ele era o bar que eu falei: Dna Lúcia, vá nesse lugar que você vai amar! E ela foi, amou e virou fã. Lá era o lugar que eu comemorei 2 aniversários, lá era o lugar que eu ia apenas para comer uma puta fraldinha perfeita, para ter noção que a perfeição quase existia na Terra. Lá era o lugar que eu não me sentia cliente, mas me sentia em casa. E isso não é apenas comigo, pois envolvi também meus melhores amigos nesse local e aquilo que falei de ser um quintal onde todos se reuniam era verdade… Ali tive porres engraçados, tantas histórias bizarras, tantas "apostas" envolvendo Campari. Ali eu ia até sem tomar álcool, porque não é porque é um bar que você precisa beber né? E ouvi piadas sobre isso: Sobre eu não tomar cerveja, sobre eu parar com o álcool, sobre parar com refrigerante… Ali eles me zuaram sobre os nomes bizarros que se envolveram na minha vida, e ali, eu chegava e sempre fui bem atendido. Sempre. Juro, sempre! Desde a primeira vez, que cheguei sem conhecer nada, com olhar "investigativo", com a câmera na mão para fazer "apenas uma resenha de um bar novo na cidade", até a última em que eu agradeci e me desculpei por todas as bebedeiras e chatices (porque todos os bêbados são chatos) que causei por ali…
Uma semana depois e to aqui, porque perdi as contas de quantas vezes pensei em como será Santos, sem o SantaCerva "original" aberto. No meio desses pensamentos, enviei uma mensagem pro Guilherme e falei: "Cara, o SantaCerva fechou! Triste!" e ele respondeu "to triste pra caralho também". E é triste! Pra caralho! Eu não era o cliente mais assíduo do bar, até porque os 190km que nos separam prejudica isso, mas eu ia sempre dar meu "Oi" por ali. Dali eu sentia falta. E escrevi, mais de uma vez, que ali tinha o sabor de estar em casa. E só quem mora longe, sabe a falta que faz a simplicidade que sempre foi guia na sua vida… Santos para mim era encontrar os amigos ali no SantaCerva e o mate na praia. Só. O resto, quando acontecia, era lucro. O SantaCerva era o meu destino certo… Perdi as contas quando chegava em Santos e mandava "Básico de sempre né Guilherme?" e lá íamos nós, por volta das 19h – 19h30 achar uma mesa e começar o papo.
É triste ver isso terminar. E eu sinto não poder ajudar mais e fico com aquele sentimento de que poderia ter aproveitado mais e até ter tirado uma foto com o pessoal do bar… Porque em 2 anos que ia ali (eu conheci eles em julho/2013), eu não tenho uma foto com o Thiago, Keila, Jaime/Mineiro e a mãe da Keila (a responsável pela fraldinha mais-fodastica-do-mundo)… Eu não tenho! E só reparei nisso essa semana… TRISTE PORRA! Mas o carinho e a admiração deles terem aberto o bar e terem se tornado amigos. Sempre tratando todo mundos bem, sempre perguntando dos meus pais, se estava tudo bem e até comentando do bronzeado da dna Lúcia. Saber que eles te conhecem bem e saber que você era querido por lá, acaba compensando um pouco… Resolvi escrever, pois às vezes as palavras falam mais do que simples visitas alcoólicas né? E mais uma vez, meu muitíssimo obrigado, por terem feito um local se tornar a extensão da minha casa, onde eu me senti sempre bem e feliz! Obrigado pelos inúmeros brindes e presentes que vocês me deram (e até obrigado pela minha sorte, pois sempre ganhei os melhores brindes nos sorteios né?? hahahahaha)… Obrigado por tudo! Sucesso sempre! Desculpa novamente… E pensem pelo lado bom, agora vocês não vão mais aturar uns bêbados achando freezers de outras casas por aí! hahahahahahaha…
Obrigado Santa Cerva!
Post Gole & Gula – http://golegula.com/2013/07/santa-cerva-botequim-santossp/