Não sabia como começar a escrever de Québec, mas almoçando na estação de trem antes de embarcar para Montreal (leia-se 10 minutos atrás) tive a frase certa: “Québec é bonita, simpática e aconchegante, mas – quando se fica muito tempo, você acaba entediado – porque é fria e sempre igual…” – Ouvi essa da garçonete do lugar que conversou comigo. Foi uma frase com um misto de alegria e tristeza – beleza e tédio. Um misto que seja talvez necessário para se definir Québec. Uma cidade perfeita. Linda de verdade. Cheia de detalhes e de coisas para se ver, mas que esses detalhes ficam demais depois de um tempo…
Essa é a estação de trem…
Falando do papo “inspirador” começou com ela me perguntando para quem eu estava torcendo (vi 20 minutos de Alemanha x Portugal), respondi “Sou do Brasil… Qualquer um para mim está OK…” e daí o papo foi para quando ela foi para o Brasil e ficou 1 mês por SP, RJ e MG, gostou – muito, principalmente do clima. Respondi que Québec é bonita e bem convidativa para se passar um tempo. Ela ficou horrorizada por eu não ter gostado de Toronto – talvez minha resposta tenha feito sentido para ela. Enfim, mais uma amizade e essa me respondeu um “Obrigado! Até logo” bem carregado. #MakingFriends
Québecé bonita e com um misto enorme de beleza x tédio mesmo… Mas excelente para férias e rápidos passeios. Andei. Muito. Até todas as partes do corpo doerem. De verdade. Andei e conheci tanto que hoje até dei informações para um casal da Inglaterra que estavam “perdidos” – Ou seja, conheci bastante a parte antiga – e que detém todos os pontos turísticos interessantes de Québec.
Da sua muralha, até a Citadella, passando pelo Parlamento e sua “horta a céu aberto”. Das suas igrejas aos pubs modernos que travam a batalha entre novo x velho totalmente constante por aqui. Das suas regras bem seguidas (até bicicleta para no sinal vermelho) para entender que isso faz parte do “Québec is super safe.” falado pelo tio do Hostel – e é Super Safe. De você poder deixar sua mochila num banco público enquanto vai pegar algo para comer sem se preocupar.
Gostei do seu cheiro de vilazinha perdida, dos moradores que te dão bom dia na rua e sorrirem quase 100% do tempo. Québec realmente é apaixonante, mas – como dito pela garçonete que eu nem sei o nome e completamente previsível, acaba sendo demais para um tempo grande. Acaba se perdendo na sua tranquilidade…
Talvez, apenas talvez, a vida realmente precise de uma velocidade maior, de um perigo real, de uma angústia para se chamar de vida e não te deixar “parado no tempo”… Tirando o romantismo tão necessário para se descrever Quebéc, ela está na lista – curta – de cidades belas visitadas. Daquelas que eu, como a Tassi e o Ricardo me falaram, vou encher o saco para as pessoas visitarem quando estiver por aqui. Pois ela vale as 10h de trem, ela vale o dinheiro gasto (e aqui é caro), ela vale esse cenário todo… Seja para uma foto, seja para uma promessa. Seja para sempre ou por 2 dias. Québec vale. Mais que #FicaADiCa, é quase um #ConhecerAntesDeMorrer.
E eu falo sério.
Sempre saudável no café da manhã…
