Faz um mês que a 3a parte deste vício de Europa chegou ao fim. Faz 1 mês que eu voltei cansado, feliz, irritado e maravilhado ao mesmo tempo. Esta volta foi bem mais leve. Talvez por não ter rolado muitos questionamentos na minha cabeça, talvez pela parte final da viagem ter selado algo indescritível até agora. Talvez até por eu já ter questionado tudo que deveria nas outras duas viagens e esta foi apenas a curtição necessária e com as doses acontecendo em momentos certos.
Talvez seja tudo ou nada (e acho que já usei esta frase algumas vezes aqui, quando falei de Europa 2010 e 2011), o que dificulta extremamente qualquer definição disto. Sei que voltei e desta vez eu não tive a vontade louca de mandar tudo para o ar e falar "estou voltando", mas tive uma necessidade de férias, pode parecer piada, mas eu preciso de férias. Talvez eu tenha usado este ano apenas para viajar e não necessariamente descansar. Outro dia estava pensando nisso, os primeiros dias foram tão loucos com fuso horário errado, poucas horas de sono, 3 horas de The Cure (e outras tantas em pé no Primavera Sound), onde no dia seguinte já parti carregando malas e tudo para Portugal, para iniciar uma epopeia de carro, GPS, caminhos alternativos e coisas engraçadas que me brindaram logo de cara. Depois de 1 dia teve 2h45 de Bruce "BOSS" (e 4hrs esperando ele se apoderar do palco) no Rock in Rio para só então descansar um pouco (mas não tudo), mas só até a Itália, pois aí foram 9 dias de EXTREMA correria. Eu sabia que ia ser tenso e BEM corrido (os dois dias em Civitanova Marché e Pescara foram providenciais para o descanso, pois se fosse direto eu iria morrer).
Mas tudo rolou bem e tudo foi felicidade na viagem. Uma das coisas que gosto de fazer ao voltar da viagem é o balanço final dela. É algo bisonho de se pensar, mas é algo como deitar e ficar lembrando situações, lembrando sabores, tendo aquele arrependimento de não ter tirado tal foto, lembrando uma cor de um céu diferente, lembrando uma placa ou um sinal qualquer em determinada cidade. É algo complexo de se ter, pois com isso tudo eu começo a pensar no que foi melhor e pior na viagem.
Hoje posso dizer que a melhor cidade visitada na minha vida foi Barcelona, tanto da primeira como da segunda, Barcelona é algo além do limite humano. É algo sério de se pensar como uma cidade pode pulsar (como usei corretamente no meu post deste ano) em um ritmo tão perfeito para mim. Deve ser algo de outra vida, algo que trago comigo de séculos passados, mas Barcelona é como um laço familiar para mim… Parece que eu ajudei a construir aquilo. Estranho né?
Lisboa também tem sua parcela de beleza na minha vida. Gostei mais de Cascais (até porque duvido que alguém não tenha gostado de Cascais), mas Lisboa tem uma "imponência simples" que acaba te cativando. Seja um dos inúmeros degraus do metro ou em uma pedra perdida de uma ruazinha, algo te conquista em Lisboa. Acredite.
Minha mãe disse: "A Espanha tem uma vibração forte por trás, mas a Itália é mais bonita." e é verdade. A beleza da Itália remete a perfeição de detalhes e agora eu entendo as pessoas apaixonadas por ela. A beleza é algo assustador. Tudo é rico em detalhes, grande para ser admirado e construído para ser abençoado. Tenho que me render, mas esta beleza não roubou meu coração e, por incrível que pareça, a ÚNICA cidade que eu voltaria e moraria facilmente, seria Pescara. Sem um monumento, sem uma igreja gigantesca, sem uma estátua rica em detalhes. Apenas Pescara, com sua calma, leveza e seu Adriático banhando meus dias… Isto eu viveria novamente.
Isto é um pequeno (e quase inexistente) resumo do que eu curto fazer ao voltar de viagem. Uma passada por tudo, uma revisão de algo e até uma risada solta – no silêncio de uma madrugada, por lembrar uma cena divertida. Não sei se as pessoas fazem isso (deveriam fazer), pois os nossos grandes momentos, estão guardados para nos fazer melhor e mais completos. Eu fiz muito mais neste 1 mês e tenho certeza que vou fazer muito mais nos próximos…
Ainda estou devendo um comparativo das três viagens que prometi em uma mesa de bar… As minhas promessas eu não esqueço. Elas demoram, mas aparecem e enquanto isso a estrada continua…
Legal!