Shows 2012 – Driving Music

Eu sempre fui daqueles que acreditam que os melhores relatos são feitos no calor do momento, de cabeça quente e sentindo as veias pulsarem por conta do relato… Com isso, eu JAMAIS poderia deixar de escrever esta resenha em outro momento senão o de terminar de desligar o carro e chegar em casa.

Quem me conhece sabe o peso (e a pqp da importância) de Driving Music na minha vida. Uma parada que começou sem querer, com uma notícia vaga do Zonapunk lá em 2007 e um clique totalmente descompromissado no link de "Day For Night", só porque eu achei o nome bacana (meses depois fui descobrir que isso é um filme!). Dali o que as cinco músicas tocaram na minha vida passou do contável e do incontável. Passou da pura certeza de "são músicas bacanas" para algo que fica para a vida toda. Eu sempre tive vontade de escrever sobre a minha doença de Driving Music, mas nunca consegui (quem sabe eu consiga no dia que tiver um Dissonata de ‘Day For Night’) e agora, 254km depois de sair daqui, ir para SP, enfrentar uma chuva de granizo, ver o show e pegar a estrada de volta, eu posso sentar e respirar.

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Escrevo tudo isso para tentar ambientar qualquer paraquedista aqui. Para mim, qualquer coisa seria secundária. A ‘Casa do Mancha’ que é uma perfeita casa para ambientar shows, a galera frequentadora totalmente de boa, bacana e tudo mais… Tudo é secundário, me desculpa. "Afterglow" abriu a noite e seguida por 90% de músicas do "Comic Sans" no setlist. Engraçado foi o Fábio tocar "The Day", música que abre o EP de "estreia" (essa parte me irrita um pouco) e falar "Parece que vocês conhecem mais o EP! Mas agora vamos tocar música do outro CD…" hahahahhaa… O show foi ‘inteiro’ do Comic Sans e uma cover de "Only Love Can Break Your Heart" para fechar um show certo e correto, mas que faltava ainda algo mais…

"Comic Sans" é muito bom. Tem obras perfeitas ali, como ‘Orange Traffic Cones’, ‘Way Back Home’, ‘Saturday’ e a música-de-uma-frase-só "Afterglow" (Sim, a que abriu o show)… Mas o problema da Driving Music foi que, de cara a bater, ele me escreve a "Demo" (ESTE SIM O REGISTRO DE ESTRÉIA) com todas as suas cinco músicas tão perfeitas-quase-épicas que fica complicado você largar e ignorar tamanhos hinos. Mas a Driving Music de hoje é diferente daquele de 2007 (que se bobear nunca existiu ao vivo) e fica claro quando o show é baseado apenas na nova fase. Fica claro quando, em uma conversa fora do show, o Fábio fala "Depois do ‘Those Lovely Seaside Girls’ uma galera parou de ouvir" e o foco, a cabeça, o sentimento e tudo mais afim ficam nessa nova fase… Que é boa, que é pesada no que ela propõe e tem grandiosas construções. Isso fica claro nos acordes e no jeito que o Fábio carrega as músicas enquanto elas embalam o show.

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Confesso que eu fui esperando Day For Night (a melhor música que eu escutei nos últimos anos, sem qualquer tipo de exagero). Eu e uma galera fomos esperando um resquício mínimo de The Invisibles e da Demo… O show acabou e ficou aquele "buraco". Depois de fazer um "mini sing along" com o refrão da cover tocada, que dizia "Yes, only love can break your heart", parece que o "love" da plateia quebrou o "heart" do Fábio e ele decidiu conceder os pedidos. De forma inusitada e, segundo suas próprias palavras, inédita… Ele deixou de fora o microfone, amplificador e tudo mais para, em "completo silêncio" vir para o bis com "Day For Night" e "I’m Trying Not to Break Your Heart". Enfim, depois de 5 anos de espera, as duas músicas que eu, e mais uma parte do público, esperamos e cantamos e curtimos e cantamos e aplaudimos com a mais pura e verdadeira alegria. Ali, naquele final inusitado, a noite não só minha, mas de uma boa parte da casa se fez completa.

Para quem gosta e acompanha a banda, um show jamais será completo. Faltou "Windowsill", faltou uma palhinha de "Melody" (que já foi tocada acústica) e faltou uma brincadeira com Invisibles. Mas valeu tudo que passei e esperei até hoje. Valeu as amizades feitas no show, as risadas compartilhadas e a certeza que este foi só o primeiro de muitos shows da Driving Music. Com fase nova ou uma minúscula palha da antiga, a certeza que este foi só o primeiro…

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