Se perdendo por Dublin…

Hoje é meu último dia em Dublin. A cidade não é a mais perfeita do mundo, mas ainda assim, me traz um sentimento de carinho. Não moraria aqui (e isso é triste perceber), mas ainda assim, algumas coisas acontecem como em meus sonhos e tudo ganha um novo brilho e uma nova chance é dada para a capital irlandesa.

Sim, aqui é foda! Você almoça em um Burger King da vida e ouve, DO NADA, Oasis, Cranberries e The Cure, em uma porrada, em sequência, seguidas… E na boa, isso não é coisa fácil de assimilar. Ainda mais quando são músicas pontuais na sua vida. É complexo demais. Aqui também você bebe, se quiser, 24 horas por dia a sua cerveja predileta. Tem Heineken, Murphys e a “sagrada” Guinness. 24 / 7, sempre, a qualquer hora, em um tropeço de você (com um preço acessível, mais caro que o resto da Europa, mas ainda assim acessível).

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Mas, mesmo assim não me bateu, como “cidade perfeita”, como sempre sonhei. Hoje acordei depois de uma noite mal, aquelas noites que você acorda com qualquer coisa, se sentindo mal e tudo mais. Sei lá o que causou, mas causou… Desci para o café da manhã e o cheiro do “Irish Breakfast” me enjoou a ponto de recusar. Aí, na simplicidade de um gesto absurdo, um velhinho que mora aqui no hotel (!!), me fala “Você nunca na sua vida, comeu um café-da-manhã, até você experimentar o IRISH BREAKFAST”, com um sotaque carregado, com uma cara de “bravo simpático”, me encorajando a voltar atrás e pedir o dito cujo (ovos, linguiça, bacon e tomate grelhado, comi ontem isso). Me desculpei, com lágrimas no olhos, pois essa era a frase que tanto esperei ouvir. Era essa frase que me fez vir para a Irlanda. Ele não usava boina, nem chapéu, tinha um cabelo branco, meio careca (meio eu no futuro), mas mesmo assim, era aquele irlandês, velho, rabugento-simpático, que tanto sonhei encontrar. Estava sem minha câmera para registrar, mas fica na minha memória.

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O tempo estava ruim, chovendo e parando, mas depois de ouvir a frase que tanto quis ouvir, me coloquei a favor do vento (ou contra ele, algumas vezes), sem mapa, sem direção, sem rumo qualquer e fui conhecer melhor Dublin.

Fiz o que todo perdido faz, entra em lugares desertos, entra em becos sem saída, tenta encontrar uma direção que não existe e tirei fotos desconexas com qualquer coisa (até aquelas que minha mãe não vai entender). Mas me perdi, vi o movimento dos prédios comerciais, o trânsito estranho, as pessoas meio correndo, uma academia funcionando com toda a sua parte virada para a rua, pessoas alegres, turistas, pessoas discutindo, vendendo, comprando, querendo e odiando… Vi Dublin diferente, como ninguém viu.

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Eram 13h e pouco e o meu cereal / leite / suco já tinha ido para o espaço, a fome surgia absurdo e depois de 4 horas perdido, tentei me achar. 14h entrei em um pub, já perto do hotel, pedi uma Guinness e fui escolher meu prato. A foto abaixo, tenta retratar o sabor absurdo que paguei “apenas” EUR 10. Tomei mais 2 guinness e me coloquei de volta para o hotel. Cansado, meio alterado e preparado para pensar sobre Dublin.

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Sim, ela não me bateu como Barcelona. Tá longe de ser um lugar legal para morar (como Bruxelas ou Sevilha ou Berlim, por exemplo), mas tem seu brilho. Tem seu status e tem sua imponência. Dublin é uma cidade foda, simples e sem mais nenhuma objeção.

Hoje vai ser light. Dublin acabou para mim. Vou dormir cedo, tenho que comprar umas lembranças e me preparar para acordar às 4h, para ir rumo ao aeroporto e voltar para Bruxelas. Sim, acabou! Mas levei o sabor da Guinness e tudo de melhor possível de Dublin. Talvez eu volte, para um festival ou coisa assim… Dublin, obrigado! Foi foda!

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