Rock Werchter

Depois de 27 anos, finalmente entrei em um festival europeu. Não foi o maior, não foi o line-up mais insano, não foi o negócio mais pitoresco do universo… Mas, ainda assim, é um festival, com todo o clima necessário de festival e aquela coisa insana de 2 palcos e corre-corre para ver os shows que você deseja.

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Rock Werchter 2011 

Enfim, eu fui e achei animal! Pela estrutura (coitado do Brasil…), pela facilidade de acesso (coitado do Brasil…), pela variedade, pelos preços não abusivos (Ahn?!) e todos os afins existentes.

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Descansando / Preparando…

Na sexta, com atraso do voo de Málaga, com atraso da esteira de malas, com atrasos do trem e tudo mais… Foi uma corrida contra o tempo para chegar a Werchter… Consegui (finalmente) chegar apenas as 16h, esquecendo a camera digital em Bruxelas e com aquele deslumbramento e aquele MUNDO de gente… Muito cheio. Isso no palco principal, visto que tocava TriggerFinger, banda belguinha que, pelo que vi do show, mandou benzasso e pesado. Foi um bom start (Perdi o My Chemical Romance, que até queria ver como eles são “pós-sucessinho-fm”, mas fica pra próxima né?). Sem saber, na tenda que ia tocar Jimmy Eat World, estava rolando Ke$ha (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) e só cheguei a saber disso ao ir, ouvir o hitzinho de rádio e falar “Meu Deus que merda!”. Coitado do JEW tocar depois dela… Como tava na última música, só consegui ver a cara da cidadã pelo telão. Me aproximei do palco, e fiquei próximo para ver a “atração principal” (para mim!).

Jimmy Eat World dispensa comentários, acho bem foda, as antigas, as novas e toda aquela pitada de “sei-lá-o-que” que eles fazem. Havia boatos que, nos festivais europeus, eles tocariam o Bleed American todo. Quase infartei na abertura com Bleed American e A Praise Chorus. Mas, achei melhor não continuar com essa destruição em massa, pois as músicas novas, algumas, são bem boas. Tocaram My Best Theory para a trinca de abertura ser avassaladora. Depois foram mesclando de Clarity até Invented. Para ninguém falar que faltou (mas faltou, óbvio!). Eles tavam alegres e com aquela cara de prazer por estar ali e isso eu acho fenomenal (se vc pensar que quem abriu seu show foi A KESHA!). Foi foda, 1h cravada de porrada e pulos… Missão cumprida!

No restante do dia, rolou eu ver The National e comprovar que aquilo não é para mim. Ozark Henry foi um bom melhor do que a “febre” National. Rolou Arctic Monkeys e achei bem foda (apesar de que quando ouvi o CD achei ruim). Por conta do horário dos trens para Bruxelas e metro, acabei indo embora no início do Kings of Leon, que atraiu MUITA gente (não para de sair e entrar gente, absurdo!) e, já de longe, ouvi o Goose que precisarei ouvir melhor, pois pareceu ser bem legal.

No sábado a minha missão era APENAS Gaslight Anthem. Não que não tivesse mais coisas, mas era o motivo principal da minha ida (para não falar motivo para a minha viagem). O problema disso tudo, nem é a expectativa criada, é algo BEM maior. Facilmente eu posso listar um set de 18 músicas do Gaslight, que vai ultrapassar os 55 mins de show e ficará faltando MUITAS outras. Então, é foda escrever algo sobre um show que ouvi, há menos de 3 metros, The ‘59 Sound, Great Expectations, Bring it On… E é foda escrever que fui até um show que não ouvi American Slang, We Came to Dance, Orphans e muitas outras. Injustas não cabem, show redondo, com o Brian e seu sotaque, com seus berrinhos de pedido. Sim, teve tudo isso. Fatos engraçados e ironias soltas… Sim, Gaslight fez seu papel e mesmo faltando músicas, as escolhidas me fizeram crer em um selo de “banda mais importante na atualidade”. Talvez soe como exagero, mas não para eles. Nunca para eles.

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No restante do sábado, antes do Gaslight, rolou Rival Sons e será a próxima banda na fila do torrent, com certeza. Banda rock, sem frescura e direta ao ponto (aquele ponto de sinceridade, que acontece, por exemplo, com o RVIVR). Também rolou ver Bruno Mars e comprovar que ele não é tão ruim. Ele tem UMA música Ska muito foda. A banda é foda e talvez o que o estrague, talvez, seja o público que ele “pegou”. Vi I Blame Coco, que achei a minha gata pra caralho e um show gostoso de ouvir e ver. Bright Eyes ouvi 2 músicas, mas ainda assim não se mostrou melhor que o CD. Vi a belguinha Selah Sue, um show que achei estranho e pouco convincente. Mas menos estranho que o da PJ Harvey. Ela beira o inexplicável, beira o estranho-bizarro-do-avesso. Eu sou um merda, mas não consigo entendê-la e com 4 músicas me despedi da senhora com pena na cabeça. Elbow tocou também e soou melhor que National, por exemplo, mas peguei no final e precisava de mais saco. Por culpa da destruição da viagem para a Espanha, correria monstra do dia anterior, eu abandonei muitos shows para ficar descansando em algum ponto.

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PJ Harvey…

Mas tenho certeza que isso tudo foi o início de uma longa jornada de festivais e que os próximos eu me programe melhor e tenha mais energia para o antes-durante-depois. Mas valeu, cada centavo e cada gota de cansaço indo embora… Valeu!

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