E era o dia 14 de novembro. Este dia tão aguardado por mim que, desde que ouve a confirmação da data sabe-se Deus qual mês, eu esperava mais até que Green Day (obviamente Green Day foi o melhor momento da minha vida até hoje)… O famoso dia que os suecos do Millencolin, após 1 ano e pouco da sua última passagem pelo Brasil, tocariam o Pennybridge Pionners completo, na íntegra, para ninguém falar “faltou tal música” (apesar que faltou KEMP!)…
A epopéia começou antes. Eu ia obviamente sozinho ao show. Meu companheiro de Millencolin Tarcizio ia viajar com a noiva, meus amigos de Santos foram ignorando tal fato… Mas, quem já tá acostumado a ir em shows sozinhos, vai em mais um e lasca todos os “foda-se’s” possíveis… Nesta enrolação mágica eu fui esperando o melhor dia de compra para o cartão de crédito, esqueci um mês, esqueci mais uma vez e aí, quando fui comprar, o ingresso que “restava” era o de camarote ao preço de R$115 (com as taxas)… Fiquei uns 2 ou 3 dias matutando, pensando se arriscava comprar na porta… Me deu a luz divina e comprei pela internet mesmo com a simples certeza que: “Ouvir Duckpond, Mayfly e A Ten vale muito mais do que R$115”. Sorte e esperteza totalmente completa, os ingressos esgotaram e eu vi 2 ou 3 pessoas NO MÁXIMO vendendo ingresso na porta (preços surreais).
Algumas cervejas na porta com o Guns (que deixou para comprar na porta e não conseguiu), algumas esperas de bobeira e fui entrar no Carioca club com o segurança falando “a banda entra em 20 mins”… Na minha cabeça “a banda” era o FISTT, banda de abertura, mas não… Era o Millencolin mesmo. O show começou meio que no horário porque depois, no mesmo lugar (às 23h), ia ter show do MR. CATRA (!!!!!!!!!!!!!!!!!!).
Foda-se tudo! Vamos ao show.
Carioca Club lotado, eu não esperava tanta gente assim, tanta gente para ouvir um CD de 2000 (nota rápida, 10% dali devem ter ouvido o CD em 2000 mesmo), mas tava lotado e com gritos de OLE OLE OLE MILLEN… COLIN… e MILLENCOLIN, MILLENCOLIN, MILLENCOLIN a la Futebol Americano… Entram eles e começa a introdução de No Cigar…
A introdução do jeito novo, a introdução que eles fizeram nos shows do Brasil… A introdução que ao final dela eu me via indo para a escola, com o walkman e a fitinha gravada com o CD… Eu me via em 2000 e 2001 onde o Pennybridge guiava, tranquilamente, meus dias junto com um quilhão de outros cd’s… Eu tava no camarote bem reto ao palco. Não entendi a “toalha” (ou seja lá o que fosse aquilo) que o Nikola usava, mas ele estava ali, com seu jeitão paradão, com sua mão mole (como disse o Sonrisal), com sua pouca presença… Cantando as músicas escritas sabe-se Deus quando e por qual razão mundana… Eram eles no palco (os guitarras SEMPRE dando um show a parte) e a multidão do Carioca Club berrando as músicas que foram ouvir…
Para cada pessoa do camarote o show teve um momento especial. Para o casal da minha frente foi “Material boy” (pois pelo que eu entendi foi a música que eles se conheceram em 2006), para a menina do meu lado era “Stop to Think” (Que foi brindada a plenos berros por mim), para o namorado dela era Mayfly, para mim Duckpond foi totalmente forte, mas ainda A Ten foi meu ponto totalmente inalcançavel. Lágrimas corriam livremente a cada riff, a cada palavra, a cada batida… A Ten foi um dos momentos mais fortes do ano e ponto, simples assim.
O BIS veio e com ele algumas pessoas atrás falando “Ae, músicas novas!” eu, sem saber dos outros set lists… Virei e falei “POR FAVOR, ANTIGAS! EU PRECISO DELAS!”… E como um desejo realizado, o BIS me levou láááá para os clássicos (outros nem tanto)… Abrir o bis com “Story of My life” foi uma jogada certeira. Puxei, com um cara mais velho, uma roda no camarote e ficamos lá sendo transportados para a nossa adolescência plena. Depois eles me param e falam “You should be dance… Samba, Bolero or something crazy okay?!” E lá, simples com a porrada mais forte da minha vida ELA APARECE DENOVO… A primeira música que ouvi Millencolin. A primeira que lá em 1998 viraram e falaram “Cabeca, ouve isso, é Millencolin! Tu vai achar animal!” a primeira que começou essa jornada retardada… Eu ajoelhei, o cara do meu lado repetiu a cena e falamos ao mesmo tempo “Essa foi a primeira!” risadas a parte, a insanidade tomou conta do corpo e por mim, pagaria o dobro por aquele momento.
O Bis continuou com velharias perfeitas, Random I Am, Vixen, Buzzer (esta somente uns 5% conheciam! foi foda!), Killercrush (e tudo o que essa música já representou para mim valeu, foi outro ponto BEM forte) e finalizaram o primeiro BIS com Mr. Clean… Por mim, já estava satisfeito. Mas faltava algo… Faltava uma básica. Faltava Bullion (não que eu achasse necessário, mas faltava…) e eles voltaram para um BIS 2 com Bullion, LEONA (novamente inusitada e novamente forte) e finalizaram com a música mais nova que eles tocaram no show “Black Eye”.
Não consigo concluir esse momento. Não consigo colocar um final nesse texto. Não consigo simplesmente. Acho que tudo o que aconteceu, o que rolou no show e a minha visão tão escritos nos parágrafos acima e tudo o que eu concluísse seria uma redundância plena.
Ahhh sim. Eu torço agora para eles fazerem, em 2012, a tour do Home From Home… E se isso acontecer, eu estarei lá e com o ingresso garantido no primeiro minuto. =)
Desde esse dia não paro de escutar Millencolin!!!
Realmente fez falta, mas só fiquei sabendo que eles iam tocar as antigas, 2 ou 3 dias antes do show.
Lembro que em 2006, achei legal o show no Credicard Hall, mas falta algo. E esse algo eram músicas mais antigas.
Meus discos favoritos são Life On A Plate e For Monkeys. Os outros são bons, só o último é o que menos gosto.
Abraço