Acho que essa é a pergunta que eu mais ouvi no ANTES e DEPOIS do Mochilão… Resolvi colocar os gastos, mais ou menos divididos, do que eu fiz por lá e isso pode vir ajudar a quem pretende viajar para lá e começar a dimensionar os gastos das suas possíveis (e eu torço por isso) férias.

Eu levo um “ditado” muito a sério… “Quando você se programa, tudo fica mais bacana” e óbviamente mais barato. Minha viagem, por exemplo, foi feita 100% no “Débito”. Ou seja, quando pisei no Brasil de volta eu não tinha NADA pra pagar de cartão de crédito (tirando um free shop da volta… Porque o de lá eu fiz também no débito) e as férias estavam 100% salvas na economia do mês. Como ouvi umas 5 pessoas falando “as pessoas esquecem que elas tão de férias, mas as contas mensais continuam por aqui… Não param não!”. Sim, sua parcela do carro, seu seguro, seu celular e o que mais você tiver, não tiram férias e é sempre bom você ter isso em mente (Muita gente não tem!)…

Enfim, como a história toda do mochilão começou em 2008, desde aquele ano eu guardo um pouco de dinheiro quando dá e juntei o montante todo. Salvo a viagem de volta (R$3000), os outros gastos foram todos planejados anteriormente e deu para viver bem tranquilo.

Vamos lá:

• Passagem: Talvez o mais caro da viagem e principal conta a ser pensada. Comprei a minha em fevereiro, dividindo em 6x sem juros (terminando em julho) e paguei R$2056 (Uma parcela mensal de R$342,67). A dica é estúpida de óbvia: Quando mais cedo, melhor! Daria para comprar em agosto? Sim… Mas vc pode pagar quase o dobro ou não (se o avião tiver muito vazio pode rolar umas quedas de preço…). O Kido pagou mais caro, comprou em julho… Mas enfim, é arriscar para pouca economia. Outro ponto a ressaltar, fomos de Ibéria, indo para Madrid. Foi o trajeto que encaixou melhor no roteiro e sim, também foi o trecho mais barato. Para Madrid, Lisboa e Paris geralmente é o mesmo preço. Destinos como Itália, Alemanha e Inglaterra sempre fogem um pouco (as vezes muito) do preço dos destinos anteriores. Para Madrid, partindo de SP, tem a Air China… Quando eu fui cotar a passagem direta estava R$1600 e alguma coisa (uma diferença de R$400). Porém eu não conhecia a cia e bateu um medo surreal das comidas e do tratamento chinês do negócio… Em Paris, conhecemos 2 mineiras (que eu nem lembro o nome) que foram de Air China e não reclamaram. Só acharam engraçado o sotaque inglês das aeromoças… Mas, que era um voo tranquilo… Ou seja, se eu for denovo… Já vou de Air China! hahaha 
• Hospedagem: Um ponto que muita gente só pensa em albergue e eu sempre falo… Calma que as vezes não ro’la”. Explico: Os preços em albergues SEMPRE são por pessoa e incluem as taxas individuais. Hotéis (logicamente os de 1, 2 e 3 estrelas) são tarifas por quarto e as taxas são DO quarto (não por hóspede). Ou seja, em Madrid, Paris, Munich, Barcelona e Nice ficamos em hotel pois era mais barato que ficar em albergue. Uma conta simples: Se o quarto triplo do hotel for EUR 66 (EUR 60 + 10% de taxa) fica um preço de EUR 22 por pessoa. Um albergue, simples e bom, geralmente custa EUR 25 + um quilhão de taxas (chave, roupa de cama, serviço), somando quase EUR 30. O hotel tem a economia de EUR 8 + a tranquilidade de ser um quarto somente seu, com banheiro no quarto, etc… Um ponto a se destacar é: amigos em cidades quebram o maior galho da história. O Rafa foi totalmente meu salvador na Bélgica (onde ficamos 1 semana, sem pagar hospedagem) e, não aconteceu comigo, mas visitar tios, primos é sempre uma boa viu. Falando em preços, exatamente eu não tenho quanto gastamos, porém a média de gasto de hospedagem é EUR 25 por dia (Média, então em uns lugares gastamos EUR 20, em outros EUR 30…). O lugar mais caro que ficamos foi Munich, por causa da Oktoberfest, que a diária, em um hotel 4* saiu por EUR 50 (só um ponto de comparação, O Kido pagou em albergue EUR 65). Vou só comentar, pois não conheço e nem sei se teria coragem… Existe o CouchSurfing, o famoso orkut de viajante. Você vai para cidade X, procura alguém que está disposto a receber pessoas (ou emprestar um sofá, ou pagar um café, ou coisa do genero) na cidade e vai… Na camaradagem, no grátis ou como você quiser chamar. Teoricamente é isso, Não sei mais profundo porque desconheço tal site.
• Comida: Aqui vale a regra máxima de viagem ao exterior “Quem converte, não se diverte”. Sim, se você pensar em R$, nem vá para a Europa (muito menos pense em pisar em Londres). Você vai pagar R$6 em uma água, vai comer um “PF” por R$60 e vai pagar, em uma vendinha R$10 na cerveja quente. Então esqueça a conversão e viva como se fosse 1-1. Posso exagerar muito, mas EUR 35 por dia dá para você comer bem 2x (um almoço forte, e eu como pra cara***, e uma janta leve… ou o inverso, depende de quando vc tiver mais fome). Alguns países a comida é mais cara e a dica é: Ande um pouco mais, fuja dos caça-turistas porque você consegue achar preços 10, 15 euros mais baratos do que vc comer nos pontos turísticos (e na boa, nem tem tanta graça vc comer nos pontos turísticos… Sério!).
• Bebida: Refrigerante é mais caro que cerveja. Sim! É verdade! Em todos os países. Uma latinha de 300ml (Lá as latas e as garrafas são menores que a nossa) gira em torno de EUR3,50 no restaurante e EUR2,50 nas máquinas de rua e metro. Uma cerveja gira em torno de EUR2,80 – EUR 3,20 de lata, nas vendinhas e bares… E o pint gira em torno de EUR4 em média nos pubs. Chopp é a pedida em Londres e Bruxelas (o país que conta com mais tipos de cervejas no mundo!) os preços são pequenos e o sabor inigualável. Gastava uma média de uns EUR15 por dia em cerveja… Na Itália e em Barcelona mesclamos a cerveja com vinho. O vinho em algumas cidades saiu caro (EUR18 a garrafa), porém em outras barato (EUR10… EUR12) e obviamente dividimos as garrafas em pessoas, ficando bem barata a bebedeira toda!
• Compras: Este quesito eu nem vou começar, pois eu fui para conhecer lugares e não comprar coisas. Kido e Tiago compraram roupas em Paris e sei lá mais onde, falaram que os preços estavam bons e compraram. Eu, particularmente, fui para conhecer as cidades e não comprei UMA camiseta para mim… Alias, a única coisa que eu comprei foi uma placa de Amsterdam e só. O resto comprei um souvenir de cada cidade que passei para a Dna Lúcia (foi uma promessa minha para ela), mas souvenir tonto e pequeno, gastando em média EUR3 por peça… Coisa boba mesmo!
• Transporte: Transporte na cidade, sempre preferimos o metro… Pela agilidade e mais tranquilidade de saber onde descer e não se ferrar com perder ponto etc. Se bem que em Bruxelas pegamos todos os dias onibus e eles tem o nome do ponto que facilita bastante… Em Amsterdam também, não sei se em todas as cidades são assim… Os metros podem até sair um pouco mais caro, mas comprávamos o passe por dia ou comprava X tickets juntos (Por exemplo 10 tickets direto…) que dava economia de 3 tickets até! Em média foi uns EUR 5 por dia. Com exceção de Londres que nos dois dias foi 13 Libras. Algumas cidades não usamos metro para andar (Como Madrid e todas as cidades que fizemos por carro), outras pegamos tipo 1 metro para ir até o hotel e um para voltar, em Amsterdam pegamos um onibus porque estava chovendo e iria ser tenso andar algumas quadras (umas 15) na chuva torrencial que caiu… Mas se precisar usar o transporte público da cidade, separe EUR 10 que sobrará um troco para uma cerveja ou água de reabastecimento! =)
• Transporte Externo: Isso divide a nossa viagem em 3. Muitos tem a opinião de:  “Só faço os trajetos de trem…” outros “Trem é bobagem, tem as low-costs da vida” alguns (com um roteiro que ajuda) “Aluga um carro e boa”. Fizemos os 3 acima e a minha dica é: PESQUISA PORRA! hahahaha… Falando sério, pegamos um low-cost da Ryanair de Madrid para Paris porque o voo seria de 2h30 (atrasou 1h30) contra 13 horas de trem com o mesmo trajeto. Paris – Londres fizemos de Eurostar. Ficou 20 euros (R$50 quase) mais caro, porém, a imigração do eurostar é mais tranquila, o trem para no centro e não longe da cidade (como no aeroporto) e o teu deslocamento de trem é milhões de vezes melhor do que se você estiver em um aeroporto. Sem falar que o EuroStar não atrasa e saí e chega no horário previsto (pontualidade britânica na parada!). Compramos um passe de trem para usar em BENELUX (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) + ALEMANHA, de 5 dias. Saiu por R$500 quantas vezes/viagens nos desse na telha de fazer em 5 dias dentro de 2 meses (Dias não consecutivos). Um trecho que o Kido comprou de Bruxelas – Amsterdam foram EUR 48 (somente IDA) então compensou bastante, visto que fomos 2 dias para Amstedam, voltando para Bruxelas, fomos para Berlim e no dia seguinte para Munich (esses 2 últimos trechos eu vi de curiosidade e o preço era mais ou menos EUR180 só a ida!). No final da viagem fizemos uma parte (1 semana) de carro e é disparado o melhor meio de transporte, porém são BEM caro os pedágios por lá (óbviamente convertendo), porém a maioria dos carros são a Diesel e um tanque geralmente você gasta EUR60 para andar um pouco mais de 900 km. Resumidamente o meio de transporte tem que ser pensado nos dias que você tem para gastar e nos preços se valem a pena ou não. Não precisei ir tão fundo, mas existe a possibilidade de você fazer uma viagem longa em um trem noturno que você paga a reserva e vai em uma cama do que ir de avião para a cidade de destino e pagar um albergue. É questão de sempre colocar no lápis todos os gastos.
  Atenção!!!! O que muita gente confunde é tendo o passe não precisa de mais nada e é só entrar no trem… Está errado! Alguns trechos NECESSITAM obrigatoriamente o pagamento de uma reserva. Quem tem o passe a reserva é mais barata, mas é como se você precisasse comprar uma passagem para ter o seu lugar no trem. TODOS os trens noturnos precisam de reserva e, logicamente, as reservas são bem mais caras do que os diurnos por se tratarem de “trens leitos”.
• “Obrigatoriedades”: Eu coloquei em aspas porque existem certas coisas que as imigrações de países pedem para você entrar. Por exemplo o seguro saúde. Pagamos USD 97 (compramos em:www.worldnomads.com/) e fugimos das taxas elevadas de TODAS as agencias de turismos (Quiseram nos cobrar USD130 até! um absurdo). Ahh vale lembrar que este preço foi para uma cobertura de 28 dias. É necessário que o seguro esteja válido do início da sua viagem até quando você retornar para o Brasil. Outra “obrigatoriedade” é quantidade de dinheiro. Dane-se que seu cartão de crédito tem um limite de 1 trilhão de euros, a tiazinha (ou tiozinho) da imigração quer ver comprovantes de dinheiro vivo. Madrid (e acho que toda UE) pede que você tenha EUR 60 por dia… E sinceramente?! Dá essa grana tranquilo para você se hospedar, comer e beber de maneira simples (as vezes sobra um troco para comprar alguma coisa). Mas, tenha idéia que você pode vir a “provar” que você tem esta quantia mínima.

Para o meu mochilão eu levei EUR 2000, no último dia sobrou EUR 370. Na conta simples, fiquei 25 dias, então gastei EUR 65,20 por dia. Levamos EUR 2000 pois fizemos a conta com EUR 80 / dia e, como mostrei acima, é uma boa margem para curtir tudo (comer bem, beber bastante, passear, hospedar em lugares médios/bons, etc.)…

As contas totais :

• Passagem Brasil – Espanha: R$2056
• Passagem Madrid – Paris: R$186
• Passagem Paris – Londres / Londres – Bruxelas: R$267
• Passe de Trem Benelux + Alemanha (5 dias): R$500
• Seguro Saúde: R$167
• EUR 2000 : R$4840
  Totalizando: R$8016

Lembrando I -  as hospedagens, comida, bebida, passeios, metro, onibus e tudo que gastei por lá entram nos 2000 euros comprados antes da viagem.
Lembrando II – no último dia sobrou EUR 370 que dá mais ou menso R$890 e este total eu gastei em free shop (eu e Tiago)
Lembrando III – Teve a super conta de R$3000 que obviamente não entra no planejamento da viagem! hahahahhaa

Sei que ficou longo, me desculpem, mas tentei detalhar o máximo para ajudar os necessitados! =)

Precisando de alguma coisa, to aqui pra ajudar… Só perguntar!

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