Tsunami Festival 2022

De 28 até 30 de julho rolou o Tsunami Festival, em Gijón na parte “norte” da Espanha. 3 dias de rock, punk rock e metal na bela cidade…

O Tsunami é um festival novo que em 2022 chegou na sua 4a edição e, depois de 2 anos de paralização devido a pandemia, quis ousar aumentando o número de dias, o número de bandas e criando a “maior festa que Gijón havia presenciado”.

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Começamos pela parte boa, O Tsunami abrigou bandas renomadas mundialmente e nacionalmente durante esses três dias de festa. O recinto, apesar de ter sido alterado há 10 dias do festival, se mostrou uma boa opção e, mesmo na 6a feira – que foi o dia mais lotado, ainda dava para se ter uma boa movimentação e uso de todas as opções (inclusive banheiro).

Bandas como Pennywise, Mad Caddies, Lagwagon, Circle Jerks, Dropkick Murphys, Flogging Molly, Ska-P, Soziedad Alkoholika, Anti-Flag e muitas outras se acotovelaram nos dois palcos do festival durante os 3 dias de festa. Outra parte muito boa (e que destoa um pouco dos demais festivais) foi o tempo de cada banda. Em geral as “médias” e “grandes” tinham 1h para tocar e os headliners 1h30 – o que transformava o show em algo mais longo do que normalmente acontece (de 40 ou até 35 minutos).

Falando dos shows que eu vi, o destaque vai para o Mad Caddies que mesmo “abrindo” o festival soube colocar a galera para cima e, no “sol mais forte que da California”, jogou acostumado como sempre. Pennywise foi um show OK (Eu esperava mais, mas sempre é bom) e SKA-P foi o motivo de eu ir para o festival e não decepcionou. Creio que foi o maior público de todo o festival e os caras não fizeram feio. Mesclando grandes sucessos, com as músicas mais novas e deixando os clássicos fodas para o final, nada para tirar do lugar.

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Das bandas que eu não conhecia e acabei ouvindo/vendo pela primeira vez Weak foi a nota 10 (e vale a pena ouvir e seguir essa molecada aí) e “Me Fritos & Gimme Cheetos” que faz o mesmo “trabalho” da “Me First and the Gimme Gimmes” – mas como eles são da Espanha, os clássicos são espanhóis com a base das músicas sendo NOFX, Bad Religion, Offspring, Pennywise e afins – musicalmente foi uma aula de técnica e a galera aprovou e se divertiu com os “sertanejos antigos” tocados na forma de HC.

E aí temos que pontuar os (muitos?) lados negativos do festival. O primeiro é que um festival “iniciante” (4a edição é novo, certo?) NECESSITA ser transparente. Se algo não está OK, você precisa comunicar para o teu público de forma clara, direta e mostrando a situação da melhor maneira possível. Digo isso, porque é IMPENSÁVEL um festival mudar o local do festival 10 dias antes e não explicar a RAZÃO. Será que o local antigo “cancelou a reserva” 12 ou 15 dias antes? Óbvio que não, mas até agora ninguém sabe o que aconteceu e porque demoraram tanto para comunicar isso. Eles simplesmente fizeram um post no Instagram falando do local novo e só. PUFF. “Fácil assim”…

Além da óbvia alteração de lugar, o novo não tinha nada a ver com o antigo e muita gente já estava com camping (próximo do antigo festival), hotel e etc e acabou tomando um “prejuízo logístico” por conta disso… A distância entre eles era de mais de 4km. Eu dei a “sorte” de ficar MUITO perto do festival (do outro lado do parque), mas eu já tinha alugado um carro para ir e voltar todos os dias do festival – afinal 4km depois de inúmeras horas em pé e afins, não dá para caminhar né? Como não dava para cancelar minha reserva, acabei “pagando um carro” para deixar na garagem do hotel por 3 dias…

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Mesmo sendo um festival democrático, como falei acima no quesito de tempo de palco, isso acaba sendo um pouco maçante para as bandas pequenas, onde claramente é difícil tocar 40 ou 50 minutos (como eram os tempos no palco secundário). Faltou um pouco de tato dos caras em perceber isso e diminuir o tempo de bandas menores, priorizando os shows maiores OU terminando em um horário mais cedo para a galera (porque é complicado terminar o festival 3h da manhã, quando o cara está desde a primeira banda às 16h).

Outro ponto a se destacar negativamente era o PREÇO das paradas. Cada token valia 3€. Que era o preço da cerveja pequena. A cerveja grande eram 3 tokens (NOVE EUROS – NOVE!). Os “drinks” (tipo gin tonica, vodka coca, etc. etc. etc) eram 6 tokens, 18€! Para umas coisas sem marca alguma. Eu nem tenho ideia da vodka que eu tomei lá e os gins todos desconhecidos e COMPLETAMENTE abusivos. Totalmente diferente de outros festivais aqui na Espanha que “favorecem” o consumo interno (ganhando na quantidade vendida, não na unidade). Mas isso é um papo bem longo… Mas que fica aqui o ponto: BEBA FORA! hahahaha

Seguindo a lista negativa, chega o lance de logística do festival no quesito de bandas. Eu até agora fiquei sem entender a razão do Dropkick e do Flogging Molly tocarem em dias separados (quando a agenda deles estava “livre” nos dias anteriores) e fazendo dois estilos iguais em dias diferentes e “repetindo” a vibe… Não que eu não goste deles (eu até suporto), mas ter os dois fazendo uma única “onda irish” no festival, seria MUITO melhor. E outra coisa foi o Anti-Flag FECHAR o festival (sendo que nem headliner eles eram). Primeira vez que eu vi isso acontecer…

Há outras pequenas coisas, mas que não causaram tantas dificuldades para mim (como trocar as entradas e os vouchers comprados na pré-venda que só poderiam ser trocados em UMA cabine), mas que ficam “menores” com todos os pontos positivos e negativos listados acima.

E aí a gente vem a famosa pergunta… VALE A PENA? O Tsunami se mostrou um festival novo e com um potencial bem interessante entre unir uma festa grande com uma cidade BEM bacana (Gijon é BEM legal, de verdade). O problema é que seguindo a mesma logística fica difícil repetir SOZINHO. Se for em galera, dá para encarar e se divertir, agora sozinho ele pede muito e aí eu não sei se encararia novamente… Mas, claro que tudo depende né? Vai que no ano que vem ele me põe umas bandas doentes juntas e me “obrigue” a voltar, né? Nunca digo nunca…

No geral um festival nota 6 – passa de ano, mas não fez tão bonito assim.

Festival retardado no topo ainda temos o Amnesia, com o Riot na sequência. Mas de estrutura e organização, o Primavera Sound continua mais do que imbatível…

Mas é isso… Mais um capítulo da famosa odisseia “Onde o Rock me levou!” e sua lista interessante de cidades e locais mundo afora!

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