Songs for the hymnal–Brian Fallon & Craig Finn

2019 começou de vez. Já que não temos carnaval por aqui, dou o pontapé depois do primeiro show no ano. E posso falar, sem sobra de dúvida, que 2019 começou de uma forma bem intensa – com a turnê intimista e acústica do Brian Fallon com abertura dos shows pelo Craig Finn…

Iniciando pelo Craig (mais conhecido como o vocalista da Hold Steady), o cara esbanjou uma simpatia ímpar, jogando em um terreno claramente que não é o dele e para um público que talvez pouco (ou nada) conhecesse da sua carreira solo. Foi um show forte de todas as formas possíveis: Na sinceridade, significados e na voz… Craig estava impecável e soou totalmente limpo para todo mundo que ouvia.

O set foi curto, mas carregado de explicações e boas doses emocionais nas explicações – Como “Magazines” que foi escrita depois que a sua mulher (na época apenas uma garota que ele estava apaixonado) não apareceu para o jantar e ele ficou remoendo o “toco” – até ela ligar no outro dia e pedir perdão… “Eu aceitei, mas a música já estava feita”. Outra parte forte foi ele explicar que “Newmyer’s Roof” é sobre ressaca emocional e faz referência ao 11/9/2001 onde ele foi para casa do seu ex-chefe e ficou bebendo ao ver tudo acontecer e as torres desabarem “Pouco tempo depois eu desmoronei – Divórcio, álcool, drogas…” e a música veio um dia depois que sua mãe morreu em que ele conta toda essa ressaca emocional de tudo…

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A introdução das músicas era leve, mas carregava um silêncio pesado por conta de toda história por trás das (nem sempre simples) canções. Mas também existiram boas tiradas e piadas – nem tudo é depressão! Quando ele fala que gosta de Geografia e perguntaram sobre uma cidade bem no interior da Irlanda e ele ri falando “Nunca, mas eu vou procurar, ok?” e como ele gosta de montar as suas canções e álbuns “Acho que é importante ver as pessoas e entender onde elas vão e o que elas pensam no momento”. E é por isso, por ele entender tão bem isso, que acho Craig um dos maiores ditadores de verdade que temos no Rock de hoje. Suas letras são carregadas, mas encaixam em seu tempo certo… Apesar de curto, ver ele ali na frente tocando seu violão (e quem já foi no show do Hold Steady sabe que ele apenas “carrega” a guitarra, mas pouco toca ela de verdade) foi prazeroso e agradável.

E depois o pessoal foi chegando mais perto e vemos surgir um Brian Fallon nitidamente cansado de toda a tour (Dublin foi a última cidade) e querendo “apenas ir para casa e dormir”. A turnê “Songs for the hymnal” trouxe apenas o Brian… Como se fosse um esquema “StandUp” – O cara, um violão (ou teclado em alguns momentos) e nada mais. O cenário era simples e toda a temática de luzes e som também… Totalmente simples e intimista. Uma boa sacada.

Mas, Brian cansado é um pouco complexo de aguentar. Já desde Gaslight ele tem o costume de não tocar 2 músicas na sequência… Então para, conta uma história (geralmente NADA a ver com a música) e faz piadas manjadas (como errar o nome da cidade de propósito e falar “uma hora eu acerto”). Daí, o que se viu foi um exagero de conversas e piadas… Algumas boas, mas o cansaço do dia todo foi pesando e perto das 22h eu apenas queria saber das músicas e ir embora.

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Por conta disso (teve música que demorou 5 minutos para começar – sem brincadeiras), duas músicas foram tiradas do set por falta de tempo e Dublin ficou sem a versão de “The 59 Sound” que é bem poderosa no piano e “Red Lights” que estava sendo tocada na tour também… Maaaaaaas, vida que segue. Todo o resto apareceu “If your Prayers” abriu o show com “Painkillers” e “Sleepwalkers” na sequência. A versão de “Forget me Not” no piano foi bem bacana e teve espaço para algumas músicas do Gaslight para a galera relembrar de uma das maiores bandas que tivemos por aqui… A surpresa em ter “The Navesink Banks” foi espetacular.

13 músicas – 1h32 de show e o senhor Gaslight Anthem, Midas ou o que for que você o chame, toca “Smoke” com uma forte participação do público, agradece o carinho e se retira do palco… Era o fim do show em Dublin e da turnê para ele e Craig.

A galera ficou meio paralisada, mas o palco começou a ser desmontado e foi isso – simples e sem BIS, afinal não é banda ou show “normal”…

Meu 2019 começou bom. Com a porrada emocional de Craig e as músicas certeiras do Brian. Agora eu posso dizer oficialmente: Bem-vindo 2019, pegue seu lugar e mostre o caminho… Vamos ver o que você me guarda por aí.

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